Lisboa – O antigo comandante da segunda região militar em Cabinda, general Jack Raúl, afastado no seguimento do ataque da FLEC no enclave, terá sido acariciado pelo juiz conselheiro presidente do Supremo Tribunal Militar das Forças Armadas Angolanas (FAA), general António dos Santos “Patónio”, num processo que terá sido impulsionado pelo general António José Maria, chefe do Serviço de Inteligência Militar.
Fonte: Club-k.net
Zé Maria influenciou PR para queda do Cmte
De acordo com a versão dos factos, o general José Maria, teria municiado o Presidente José Eduardo dos Santos com informações que determinaram ao afastamento do comandante militar, logo após ao ataque contra a seleção do Togo. José Maria que na altura trabalhava com certa freqüência, no enclave, orientou um empresário local, apenas identificado por Polaco a escrever uma carta ao PR, informando que o general Jack Raúl lhe teria alertado a deixar o país rumo ao Congo para evitar que fosse detido junto com o grupo de activistas dos direitos humanos que se encontram na cadeia do Yabe.
Na versão revelada em carta, o empresário descreveu que teria sido abortado pelo general Jack Raúl e pelo comandante provincial da policia em Cabinda, comissário António Pedro Joaquim "Kandela", que o aconselharam a se por em fuga, via terrestre por volta do meio dia, sob alegação de que as fronteiras iriam ser fechadas.
Assustado com a suposta conversa, o empresário foi conferenciar com fontes competentes que lhe esclareceram que “o comandante” não tinha competências para mandar encerrar as fronteiras. Para melhor esclarecimento, o mesmo acabou por levar o assunto ao governador provincial, Mawete João Baptista que o terá tranqüilizado. O empresário e o governador provincial chegaram a dada altura a suspeitar que se estava diante de uma cabala movida pelos “dois comandantes”.
Quando o chefe do Serviço de Inteligência Militar, general Zé Maria soube do assunto, pediu ao empresário para que escrevesse a carta a qual foi portador junto ao PR, para ordenar a demissão do comandante militar e leva-lo ao tribunal militar. O comandante da policia em Cabinda, António Pedro Joaquim foi ilibado seguido de rumores que apontavam a eminência do seu afastamento. Jack Raúl acabou por ser inicialmente suspenso e substituído do cargo pelo general Lucio Amaral.
Uma versão em meios militares mas que carece de consistência atribui a Mawete João Baptista e ao general Zé Maria conveniência em terem pretendido “varrer” o antigo comandante militar em Cabinda. Por outro lado, uma outra versão descreve a existência de antecedentes de interferência entre elementos do Serviço de Inteligência Militar (SIM), em Cabinda liderados pelo brigadeiro Walter Reventes (afecto ao general Zé Maria) e a elementos do Comando das FAA em Cabinda conotados a Jack Raúl. Logo depois do ataque da FLEC contra a selecção do Togo, ambas as correntes militares entraram em acusações a cerca da facilidade que os guerrilheiros tiveram em proceder a acção terrorista contra os jogadores.