Luanda - O relatório anual do Departamento de Estado norte-americano arrasa imagem do Executivo angolano. A exposição do “Tio Sam” é clara, categórica e não deixa dúvidas: “A situação dos direitos humanos em Angola, em 2023, continuou semelhante à de 2022, com “relatos credíveis de assassínios arbitrários ou ilegais, tratamentos ou castigos cruéis, desumanos ou ilegais”. A narração anual do Departamento de Estado norte-americano não constitui novidade. Não abala o coração dos angolanos. Mas aciona os seus “sensores” políticos. Deixa-os em alerta.


Fonte: Club-k.net

Os agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC) executam todos os dias inermes cidadãos como se a Pena Capital (ainda) estivesse ínsita no estatuto jurídico-político vigente na República de Angola. Caso para dizer: de Washington, nada de novo! O SIC é o braço armado do Executivo. Executa cidadãos de noite ou de dia. Ninguém move palha. Os angolanos estão perante actos de terrorismo de Estado sob o mais alto patrocínio político.


Que Washington se deixe de deijeções e tome atitudes como faz em relação a muitos países onde a autocracia está na ordem do dia. Que os EUA saibam que o Executivo angolano está - através do SIC - a executar o povo. Todos os dias e todas as noites. Que o digam os moradores dos bairros de lata que (ainda) murmuram por falta de água e luz. O SIC tem as mãos sujas de sangue. Os seus actos são de extrema violência. O que o SIC faz é um genocídio praticado com o beneplácito da mais alta magistratura do País. É como se o povo tivesse virado inimigo do Governo.


Portanto, o Departamento de Estado norte-americano está a ser cínico em relação aos angolanos. Washington sabe que quando um Governo executa, impunemente, os cidadãos do seu País, este deve ser condenado de forma pública e veemente. Deve-se impor-lhe sanções de toda a ordem. Os EUA não hesitam em “acertar o passo” a governos autocráticos. Washington decreta sem titubear “Tolerância Zero” para determinados países quando em causa estão os Direitos Humanos. Mas não procede de igual forma quando se trata da inefável autocracia angolana. Tolera-a, assobia, olha para o lado, esboça um sorriso político maroto e faz-lhe olhos bonitos. Pois faz!