Luanda - Um empresário de nacionalidade chinesa acusa a administradora municipal de Icolo e Bengo, Isabel Nicolau Kudiqueba dos Santos, de estar envolvida em práticas que configuram alegados atos de extorsão e corrupção no processo de assinatura de direito de superfície, solicitados por empresários chineses que desenvolvem atividades comerciais na circunscrição.
Fonte: Club-k.net
Segundo fontes do Club-K, o empresário chinês solicitou, no mês de novembro, o direito de superfície de um espaço de 5 hectares. Após efetuar os pagamentos dos emolumentos na Conta Única do Tesouro, não lhe foi concedido o direito de superfície. A administradora municipal indicou-lhe também a necessidade de efetuar um pagamento adicional de sete milhões e quinhentos mil Kwanzas na conta bancária: 27265736301/IBAN AO06.0006.0000.2726.5736.3017.6, domiciliada no Banco BFA, cuja titularidade pertence à empresa J.L.LM prestação de serviços Lda, com o NIF: 5417289507.
O empresário chinês, que pediu anonimato por medo de represálias, também relatou que foi obrigado pela administradora do município a comprar três computadores portáteis para que seu direito de superfície fosse assinado.
"Até o momento, não recebi o documento, pois não depositei os seis milhões e quinhentos mil Kwanzas", desabafou o empresário, acrescentando que apenas comprou os três computadores e os entregou diretamente à administradora do município.
O empresário chinês disse que recorreu a várias instituições para denunciar a extorsão perpetrada por Isabel Kudiqueba dos Santos, mas não obteve resposta, uma vez que a administradora é próxima do governador de Luanda, Manuel Homem.
Fontes na administração municipal de Icolo e Bengo sugerem que Isabel Nicolau Kudiqueba institucionalizou a corrupção no âmbito daquela administração. O responsável pela fiscalização comprou três iPhones 15 para a administradora e um veículo com os fundos provenientes da venda de terrenos na centralidade Zango 5.
As fontes afirmam que a titular da pasta não deposita na Conta Única do Tesouro os valores resultantes de multas, fazendo com que os pagamentos sejam realizados fora do portal do munícipe, contribuindo para a baixa arrecadação de receitas para os cofres do Estado.