Luanda – Está a criar constrangimento no seio do Comitê Provincial do MPLA, em Luanda, a revelação segundo a qual uma militante, Maria Celeste Moreira, que estava colocada como diretora do Hospital Municipal do Zango 8, teve de ser afastada do cargo por falsa qualificação.
Fonte: Club-k.net
Militante do MPLA embaraça partido
Maria Celeste Moreira, conhecida internamente por “Celeste Celestinha”, é enfermeira obstétrica (parteira), mas teria se feito passar por alegada “médica desempregada e com dificuldades”. Em solidariedade a ela, no mesmo mês de novembro de 2022, quando o então segundo secretário do MPLA de Luanda, Nelson Lopes Funete, foi nomeado para o cargo de administrador municipal de Icolo e Bengo, levou Maria Celeste Moreira consigo para trabalhar, tornando-a diretora do Hospital Municipal do Zango 8. Nessa condição, ela foi beneficiaria com um terreno na zona do Zango e uma residência no projeto “Mayé-Mayé”, localizado nos arredores da Centralidade do Sequele, no município de Cacuaco, em Luanda.
Passados seis meses, Maria Celeste Moreira teve de ser afastada do cargo por pressão do Ministério da Saúde, após a descoberta de que não era médica e, portanto, não possuía qualificações profissionais para estar à frente de uma unidade hospitalar. O seu afastamento foi acompanhado por denúncias de má gestão do orçamento mensal de 6 milhões de kwanzas para aquela unidade hospitalar, incluindo a inserção de uma empresa ligada a si para a venda de fármacos. Também foi acusada de incluir outra empresa ligada a si para a manutenção e gestão da cafetaria do hospital.
Afastada do cargo, Maria Celeste Moreira regressou ao Comitê Provincial do MPLA, operando junto ao Departamento de Informação e Propaganda de Luanda. Paralelamente, diz-se que colabora com o Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola (CIPRA) na propagação de conteúdos de desinformação contra alvos considerados críticos ao regime.
Em março de 2023, destacou-se por propagar conteúdos radicais nas redes sociais, nos quais afirmava que “Jonas Savimbi, o líder fundador da UNITA, e o falecido Presidente José Eduardo dos Santos são os culpados pela desgraça dos angolanos e que o MPLA deveria retirar o título de Presidente Emérito”.