Luanda - Em Bruxelas, à medida que a cidade se prepara para as próximas eleições, a atmosfera dinâmica da campanha é particularmente notória em áreas com comunidades africanas significativas. Partidos políticos estão promovendo ativamente seus candidatos africanos, exibindo seus cartazes em estabelecimentos locais como cabeleireiros e restaurantes africanos. Isto demonstra a participação diversificada na governança local e reforça o compromisso com a representação multicultural.
Fonte: Lusa
Muitos destes candidatos africanos são altamente qualificados e possuem um profundo conhecimento do sistema político belga. Seu envolvimento proativo é um esforço estratégico para uma integração mais profunda na sociedade belga através de meios políticos. Além de abordar questões locais, estes candidatos também utilizam suas posições para influenciar políticas em seus países de origem, visando impactar a legislação e promover mudanças que ressoem de volta à África.
Este engajamento da diáspora tem suscitado reações diversas em seus países de origem. Enquanto alguns o veem com desconfiança devido à significativa influência política e econômica que exercem do exterior, outros consideram seu envolvimento fundamental. Por exemplo, a diáspora guineense na Bélgica e na França defende a transição do regime militar para o civil na Guiné, utilizando sua influência política e recursos financeiros para questionar a legitimidade do regime atual.
Similarmente, durante a Assembleia Geral da ONU, a diáspora senegalesa em Nova Iorque organizou uma marcha para apoiar um líder da oposição preso, utilizando trajes tradicionais e protesto pacífico. Esta abordagem sofisticada demonstrou sua capacidade de influenciar resultados políticos de forma eficaz e pacífica.
No Zimbábue, a diáspora é crucial no apoio à oposição, muitas vezes superando os recursos do governo. Este apoio externo é vital para fomentar a mudança política e garantir que as nações não sejam isoladas. A participação ativa da diáspora serve como uma ponte entre seus novos lares europeus e suas origens africanas, promovendo não apenas o desenvolvimento comunitário, mas também uma abordagem mais inclusiva à política global.
O foco no engajamento político entre africanos na diáspora levanta questões pertinentes, especialmente quando comparado a outras comunidades da diáspora. Por exemplo, a diáspora etíope nos EUA prioriza a educação, garantindo que seus filhos se destaquem em áreas como medicina e engenharia, que exigem disciplina e dedicação significativas.Embora este foco na educação não seja diretamente político, reflete um compromisso mais amplo com o avanço dentro da comunidade.
Outras comunidades africanas, como os congoleses e nigerianos, buscam ativamente cargos públicos, motivados por uma necessidade de autorrealização, como sugerido pela hierarquia de necessidades de Abraham Maslow. Para muitos,alcançar um papel em legislaturas europeias ou outras posições de liderança não é apenas um dever cívico, mas também uma fonte de prestígio e um símbolo de sucesso.
Um exemplo notável foi a candidatura política de um africano na Rússia. Embora não tenha obtido grande sucesso, atraiu a atenção internacional. Sua candidatura ilustra como alguns membros da diáspora buscam tais papéis para alcançar reconhecimento e dignidade pessoal. Alcançar uma posição respeitada, como membro de uma assembleia legislativa local, pode validar seus esforços e status na comunidade da diáspora, satisfazendo uma profunda necessidade de respeito e autorrealização.
Para alguns, participar da política ocidental é um passo para o envolvimento político na África. Eles acreditam que a experiência em um órgão político europeu pode aprimorar significativamente suas credenciais e atrair eleitores em seu país de origem. No entanto, o engajamento genuíno com as comunidades locais é muitas vezes mais valorizado por esses eleitores do que a experiência internacional.
Com o advento da mídia eletrônica e a disseminação global da informação, os eleitores estão fazendo escolhas mais informadas e sofisticadas. Embora a visibilidade dos africanos em instituições ocidentais possa ser vantajosa, também apresenta desafios relacionados à sua ausência prolongada de seus países de origem.
As mídias sociais são uma influência significativa dentro das comunidades da diáspora africana. Por exemplo, quando uma zambiana concorreu a um cargo de auditoria financeira em Nova Iorque, isso despertou um amplo interesse na auditoria do governo local na Zâmbia, impulsionado por sua candidatura. Isto demonstra como as atividades políticas dos membros da diáspora podem inspirar e influenciar o engajamento político em seus países de origem.
Este fenômeno evidencia como os membros da diáspora que alcançam sucesso no exterior se tornam modelos,estimulando o interesse e o envolvimento em processos políticos tanto local quanto internacionalmente.