Luanda - Nos últimos dias deu-se início aos processos de candidatura e eleição para nova direção da associação de estudantes da UÓR(universidade Oscar Ribas) um momento este que é fundamental para renovação de mandatos, escolhas de candidatos, e sobretudo o fomento da democracia a nível interno no seio da comunidade juvenil acadêmica.
Fonte: Club-k.net
Para o efeito, urge destacar as três listas que se achou apurada para suportar o processo todo de votação e escolha de candidatos ao critério dos estudantes locais para assim representar e defender os seus interesses. Nesta conformidade foram denotas três listas com os seguintes candidatos:
1- lista A (Suportada pelo candidato Ericson Fernandes - estudante no Curso de Relações internacionais)
2-Lista B (Wagner Chimbindo- estudante no curso Informática) 3- Lista C( Márcio Mendes- estudante no curso de Gestão )
Ao meu ver, diferente do pleito passado, que já lá se vão cinco anos desde a última eleição cujo o candidato vencedor foi um jovem estudante do curso de Direito , esta é também uma lista interessante por que nela integram jovens de distintos cursos com um perfil expectante e aceitável para listarem e bem representar a comunidade de jovens estudantes e defender os seus interesses. Mas para tal é necessário que todo o processo seja bem conduzido com base a transparência e o respeito pelo princípio do sufrágio universal, obedecendo assim de um modo geral os princípios democráticos reitores de todo o processo eleitoral.
Acontece que, durante o processo todo denotou-se algumas irregularidades, favoritismo, e parcialidade por parte da comissão eleitoral independente, acusada e flagrada à “olho nú” de estar a favor de um dos candidatos representante de uma das listas concorrente, isto é, a lista B. O que de certa forma acabou por manchar a sua própria forma de trabalhar e descrediblizar o processo como um todo, que até ao momento parecia estar a ocorrer de forma saudável e justa.
É sabido que em momentos de eleições algumas situações podem ocorrer e serem atenuadas, dado ao momento de euforia e ansiedade por parte dos candidatos, eleitores e não só. Mas também existem situações graves que devem ser repreendidas, e a comissão eleitoral por ser o órgão máximo e responsável por conduzir os actos, dela espera-se uma maior seriedade, concentração, e equilíbrio de emoções, para que possa conduzir bem os processos sem escorregar no assédio do favoritismo, dado ao amiguismo que se pode ter com certos candidatos ou parentes dos respectivos candidatos, para não cometer erros graves e comprometer todo o processo.
Mas, infelizmente o contrário se viu por parte desta CEI( Comissão eleitoral independente), e foram cometidas e denotadas irregularidades excessivas que das quais preferiu tapar os seus olhos e fingir não estar a ver, o que ao meu ver ,não se pode deixar passar, nomeadamente:
Comissão Eleitoral mostrou-se pouco interventiva e sem capacidade de punir irregularidades: A Comissão Eleitoral demonstrou uma incapacidade notória para intervir de forma adequada perante as diversas irregularidades verificadas durante todo o processo eleitoral, nomeadamente:
1. Ataques verbais e de ódio: Antes da validação das candidaturas, membros da campanha da Lista B atacaram o bom nome e a honra de Erickson Fernandes, candidato da Lista A, caluniando e difamando a sua vida pessoal e fora da universidade.
2. Usurpação de sigla: A Lista B usurpou e auto-denominou-se "Lista A" antes da validação das candidaturas e sorteio das listas, induzindo os estudantes em erro.
3. Campanha antecipada: A Lista B iniciou a sua campanha eleitoral de forma antecipada nas redes sociais, com a publicação de imagens do seu candidato, além de associá-lo a figuras políticas como Manuel Homem e Adão de Almeida.
4. Campanha ilegal: A Lista B produziu e divulgou vídeos de apelo ao voto e de campanha eleitoral antes do prazo estipulado, através do seu membro Porta voz.
5. Intolerância: A Lista B e o seu candidato monopolizaram o grupo geral de estudantes da UOR, excluindo simpatizantes e apoiadores de outras listas, demonstrando intolerância democrática e autoritarismo.
6. Aproveitamento institucional: O candidato da Lista B tem utilizado as suas funções na Associação cessante para fins eleitorais, captando contactos e deturpando as suas atribuições.
8. Comissão Eleitoral imparcial: A imparcialidade da Comissão Eleitoral foi seriamente questionada, tendo em conta a atuação tendenciosa a favor da Lista B, o que comprometeu a equidade do processo.
9. Irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral: Foram cometidos manifestações de ódio, bem como ofensas ao bom nome e imagem do candidato da lista A , das quais não foram devidamente sancionados pela Comissão Eleitoral. Estes atos mancharam a dignidade do processo e prejudicaram a campanha da Lista A.
10. Campanha Eleitoral fora do período estipulado: A Lista B realizou actividades de campanha eleitoral fora do período oficialmente estipulado, incluindo durante o tempo de reflexão e após a hora de finalização da campanha. Esta infracção teve impacto direto na equidade do processo eleitoral.
11. Influência partidária no processo eleitoral: Verificou-se uma influência política indevida no processo, onde o candidato e membros da Lista B usaram a sua influência partidária para asfixiar e intimidar adversários, comprometendo assim a neutralidade que deve caracterizar um processo eleitoral académico.
12.Imparcialidade tendenciosa do observador que representa Universidade: anulou um número significativo de votos da Lista A, sem margem de tolerância e sem considerar o contexto estudantil, o que denota uma parcialidade evidente.
Face aos expostos, e demarcado o nível de parcialidade por parte dos órgãos de competência, e alguns actos por parte da lista que também compete, fica difícil promover um ambiente competidor e de eleições justas entre os jovens da comunidade acadêmica, quando erros graves que ferem o ambiente democrático, são tolerados e com o risco de tornar isto num clico vicioso para os candidatos dos próximos anos.
À medida que o País atravessa uma situação de intensos desafios, é necessário que os jovens dentro do fórum acadêmico e não só, caminhem unidos, ainda que estes divergem ideologicamente. A divergência ideológica não pode ser um motivo para torná-los inimigos um dos outros. Muito pelo contrário, deve ser encarado como um motivo para que possam se conhecer mais e aprender com o posicionamento de uns com os outros.
O ambiente competidor simétrico no cenário acadêmico e os seu resultados justos, de um outro lado, revela os seus níveis de preparação para posterior enfrentar os desafios que se apresenta no País. Mas tolerando erros desta magnitude não se consegue promover um ambiente democrático, inclusivo, e próspero dentro da comunidade acadêmica e nem quadros confiantes para os desafios do País.
Manifesto o meu descontentamento face às estás irregularidades, e apelo aos órgãos de competência para que retomem ao ambiente competidor justo e democrático, e que este resultado que foi precipitado, possa ser revisto com base as irregularidades destacadas. Tem se dito que é nas universidades onde fazem as sociedades e, deste modo, não vamos longe!.