Washington DC, USA - Tchiowa Buala Buitu! Assim diria qualquer Cabinda nativo mesmo que esteja longe da terra e não só. Cabinda está dentro de cada um de nós não importa o lugar e a hora.

Fonte: Club-k.net

Hoje, dia 28 de Maio de 2024, a Cidade de Cabinda completa mais um ano, 68 anos, desde que foi elevada ao estatuto de Cidade em 28 de Maio de 1956.

 

Como Cabinda que sou, estou indignado por que a cidade não desenvolveu. Continua com a mesma estrada e única via que liga Cidade, Lucola ao Cabassango, denominada de “funíl”. O Polo Económico de Fútila não passa de um sonho que nunca se concretiza há mais de 30 anos. Por conseguinte, a Zona Económica de Viana, ZEV teve algum desenvolvimento nos últimos 20 anos, projecto considerado mais jovem em relação ao Polo Económico de Fútila.

 

Há falta de tudo, desde medicamentos nos hospitais, bens alimentares, investimentos públicos e infra-estruturas que garatam o bem estar das populações em Cabinda. Muitos bairros mantêm-se às escuras por falta de luz eléctrica, estradas não são asfaltadas e sem esgotos para o escoamento de águas residuais. Outrossim, é a falta de segurança para os cidadãos. Os serviços de emergência policiais não funcionam ou quase inexistentes para socorrer citadinos indefesos em suas próprias casas quando abordados por marginais.


Cabinda noutrora era uma cidade pacata, hoje verificam-se cada vez mais crimes hediondos contra cidadãos inocentes. Por outra é também notável a falta de aviões suficientes para suprir a demanda de passageiros que tentam viajar de Cabinda à Luanda e vice-versa.


Até quando o governo do MPLA continuará ignorando os problemas de Cabinda? No passado día 22 de Maio 2024, no “Programa Sobre Cabinda” pela RTP-África, o representante do MPLA, partido no poder teve um posicionamento negativo em relação a possível resolução do problema de Cabinda. O seu representante, Pedro Santareno mostrou que MPLA não tem planos concretos para os problemas de Cabinda, confirmando assim o que vem sendo a política de contemplo do MPLA em relação à situação de Cabinda. Pedro Santareno foi infeliz nas suas abordagens e apenas demostrou arrogância e prepotência ignorando o clamor, sofrimento do povo de Cabinda e o apelo ao diálogo vindo de todas forças vívas de Cabinda ( FLEC-FAC e a Sociedade Civíl).

 

Porém, individualidades do partido no poder e suas empresas particulares detêm o controlo à exploração de ouro, fosfato, madeira e outros minerais em Cabinda sem que o povo nativo ganhe algum beneficio resultante da exploração destes recursos. O povo apenas ganhou a poluição do seu meio ambiente, rios, mar e desflorestação.

 

Não é com discursos de arrogância demostrado pelo representante do partido no poder que Cabinda irá mudar. Também não é com mandatos de assassinatos e prisões de populações civís inocentes, corrupção e tácticas de “divide et impera” que fará o Problema de Cabinda desaparecer. Exige-se uma reflexão por parte do MPLA, um compromisso sério de diálogo com todos Cabindas (FLEC e Sociedade Civil). De recordar, somos todos Africanos e temos batalhas mais complexas a enfrentar a nossa frente do que a luta entre nós. A via do diálogo é o caminho correcto e justo para o problema de Cabinda, pois não se mata os ideais de um povo.

 

Mais do que a celebração dos 68 anos da Cidade de Cabinda, esta data deve servir de reflexão para onde Cabinda está a caminhar, que futuro terá e dará aos seus filhos nas próximas gerações?

ALeka!
Mbote Yinu Basi Tchiowa!