Luanda - A empresa de segurança em operações diamantíferas "Alfa 5", ligada à Endiama, enfrenta um momento de grande turbulência. Trabalhadores denunciam uma série de abusos, violações dos direitos trabalhistas e péssimas condições de trabalho, levando à mobilização e organização para exigir mudanças.
Fonte: Club-k.net
Um clima de insatisfação generalizada toma conta da Alfa 5. Desde a chegada da atual gestão, em 2023, os funcionários têm visto os seus direitos básicos serem desrespeitados e as condições de trabalho se deteriorarem drasticamente.
Despedimentos constantes, principalmente de trabalhadores mais experientes, sem justa causa e muitas vezes com alegações frágeis, são a tônica do dia a dia. A insegurança no trabalho é outro fator que preocupa, com a falta de equipamentos e recursos adequados colocando em risco a vida dos trabalhadores.
O caderno reivindicativo dos trabalhadores, apresentado à administração da empresa, é sistematicamente ignorado. As reivindicações salariais não são atendidas, e os processos disciplinares abusivos são utilizados como instrumento para silenciar aqueles que ousam questionar o status quo.
A falta de diálogo e a negligência da administração, liderada por uma pessoa sem experiência na área de segurança, são apontadas como os principais responsáveis pelo caos instalado na empresa. Condições precárias de trabalho, como a falta de uniformes completos para todos os trabalhadores, a ausência de baterias para os veículos e a indisponibilidade de dinheiro para combustível, completam o quadro de descaso.
É importante ressaltar que a Alfa 5 mantém contratos com empresas de diamantes, como a Catoca, uma das maiores do mundo. Diante disso, a alegação de falta de recursos para atender às necessidades básicas dos trabalhadores soa no mínimo como um insulto.
Cansados de promessas vazias e da postura intransigente da administração, os trabalhadores da Alfa 5 se uniram e se mobilizaram. Em maio deste ano, realizaram uma assembleia em Luanda para discutir as reivindicações e organizar ações de protesto. A UNTA, o MAPTSS e outras entidades de defesa dos direitos dos trabalhadores foram notificadas sobre a situação, e os trabalhadores buscam soluções através de encontros com a Endiama, sócio majoritário da Alfa 5.
A situação na Alfa 5 é um alerta para o setor de segurança privada em Angola. É urgente que as autoridades competentes tomem medidas para garantir o cumprimento das leis trabalhistas e a proteção dos direitos dos trabalhadores. A Endiama, como sócio majoritário da empresa, também tem responsabilidade no que está acontecendo e deve pressionar a Alfa 5 para que normalize a situação o mais rápido possível.
Os trabalhadores da Alfa 5 estão determinados a lutar por seus direitos e por um ambiente de trabalho digno. A empresa precisa agir com responsabilidade e urgência para evitar um conflito ainda maior que manche ainda mais a sua imagem e a do setor de segurança privada em Angola.