“Em Angola, podem crer, mais nenhum aventureiro fará recurso às armas para reivindicar o poder político. Nem hoje nem amanhã. O actual Governo, liderado pelo MPLA, tem criadas as condições de segurança para que o país continue a crescer economicamente num ambiente de paz e de tranquilidade”, disse.

Embaixador acalma angolanos residentes em Harare


O diplomata tranquilizou os cerca de dois mil angolanos residentes naquele país da África Austral, assegurando que “não correm qualquer perigo”.

Em entrevista ao Jornal de Angola, em Harare, o diplomata angolano disse que “não há razões para que aqueles que têm parentes no Zimbabwe fiquem preocupados”, acrescentando que o fim da crise política naquele país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) será encontrado na mesa das negociações.
“Aproveito também esta ocasião para pedir ao Instituto Nacional de Bolsas de Estudo (Inabe) que não deixe de enviar em Agosto os bolseiros, porque não vão correr quaisquer riscos”, assegurou.

Monimambo admitiu, todavia, que o regime de Robert Mugabe e os zimbabweanos vão sofrer com o embargo económico já anunciado pelo Ocidente, mas, ainda assim, não crê que isso possa conduzir o Zimbabwe para uma guerra civil. “A situação no terreno está controlada”, disse.

O embaixador manifestou-se seguro de que os líderes africanos, através da União Africana (UA) e da SADC, encontrarão uma solução que satisfaça as duas partes desavindas.

Outro caminho apontado por Monimambo para o fim da crise política no Zimbabwe seria o reforço da actual equipa de mediação liderada pelo Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki. Podiam, segundo o embaixador angolano, reforçar a equipa de mediação o antigo Secretário-Geral da ONU, Kofi Anan, os ex-Presidentes Joaquim Chisano, de Moçambique, Kenneth Kaunda, da Zâmbia, e o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, assim como o antigo Chefe de Estado do Ghana, Jerry Rawlings.

“Esses deviam ser chamados para constituir um Conselho de Sábios e encontrar uma solução para a crise no Zimbabwe”, defendeu Monimambo.

Felisberto Monimambo, membro do Comité Central e antigo guerrilheiro do MPLA durante a luta anti-colonial, disse que a estabilidade política e económica que o país hoje vive, depois de longos anos de guerra, davam ao partido no poder vantagens reais sobre todos os partidos da oposição nas eleições de Setembro próximo. Disse ainda que a oposição em Angola não estava minimamente preparada para ser poder. “O MPLA tem ainda um futuro longo no poder”, vaticinou.

Antigo companheiro de armas de Aníbal de Melo, de 1964 a 1968, Felisberto Monimambo, além de um curso militar feito na então Jugoslávia nos anos 60, já foi embaixador de Angola no ex-Zaíre, hoje República Democrática do Congo, e na Sérvia.

*Yara Simão
Fonte JA