Luanda - O episódio ocorrido na semana passada, que resultou na morte de uma jovem durante a formação na Escola Nacional de Migração (ENAMI), em Viana, está a levantar vozes exigindo a responsabilização criminal da estrutura de comando do referido centro.

Fonte: Club-k.net

Proveniente do Huambo, Glória Fernandes, 30 anos, perdeu a vida quando um instrutor disparou contra o chão, e a bala, ao fazer ricochete, atingiu-a no abdômen. Uma testemunha não identificada, citada por diversos jornais, alegou que "tudo aconteceu quando estávamos a fazer agachamento. A colega estava ao meu lado quando o instrutor disparou ao chão, e a bala fez ricochete, atingindo-a na barriga. Depois disso, fomos cercados com carros e ficaram a dar-nos voltas para explicar a morte da colega. Por exemplo, na sexta-feira, fomos largados às 16 horas, e hoje são 20 horas e ainda não saímos, e aqui há pessoas que não têm transporte".

 

De forma antecipada, o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) emitiu um comunicado alegando que "devido à gravidade do ferimento, a recruta foi evacuada para o Hospital Municipal do Kapalanga, em Viana, onde, infelizmente, veio a falecer". O SME informou também ter criado uma comissão para tratar de todos os procedimentos relativos ao sucedido, e o autor do disparo foi encaminhado às autoridades policiais.

 

Apesar do comunicado do SME, fontes que acompanham o caso notam um debate entre as ONGs que lutam pelos direitos humanos, exigindo a demissão da diretora da Escola Nacional de Migração (ENAMI). Descrita como uma jovem recém-reenquadrada e regressada do Brasil, alegam que ela "não tem noção de gestão de uma estrutura de preparação de quadros para o SME".

 

Nos reparos feitos, alude-se que no incidente que tirou a vida de Glória Fernandes houve erros graves, uma vez que não se deve utilizar balas reais ou munições durante a instrução, apenas balas de salva. Pelo sucedido, está a ser defendida a responsabilização civil e criminal da cadeia de comando desta Escola Nacional de Migração, afeta ao Ministério do Interior, para evitar que mais negligências se repitam.