Luanda - O ativista angolano Bernardo Castro denunciou recentemente a contínua degradação da imagem e a descaracterização da paisagem histórica da cidade de Waku-Kungu, bem como a usurpação de terras das comunidades indefesas. Castro, representante da Rede Terra, expressou preocupação com a destruição do histórico parque infantil localizado em frente ao Cine, um local emblemático para a comunidade local.

Fonte: Club-k.net

Segundo Castro, o parque infantil, que abrigava eucaliptos centenários e uma biblioteca infantil, foi alvo de descaracterização ambiental. "Não é uma simples descaracterização; trata-se de um crime ambiental à luz da legislação ambiental vigente, nomeadamente o Despacho presidencial n.º 148/22 de 9 de Junho, que aprova o Regulamento sobre os Espaços Verdes", afirmou o ativista.

 

O parque, que já não conta com a biblioteca infantil nem com um balneário, agora possui um quiosque onde são vendidas e consumidas bebidas alcoólicas. Além disso, a prometida escola de xadrez não foi implementada, de acordo com informações apuradas por Castro.

 

A situação é agravada pela construção em áreas proibidas ou que comprometem a imagem histórica da cidade. Uma das construções em curso, localizada atrás da administração municipal, não estaria em conformidade com a legislação vigente. Em resposta, a Procuradoria da República de Angola emitiu uma nota aconselhando a administração a respeitar a lei.

 

Castro ressaltou que grande parte dos cidadãos está descontente com a situação, e o procurador responsável foi acusado de práticas de corrupção e peculato. "Nós, os filhos da Terra, temos de estar atentos a situações que põem em causa a nossa história e a identidade do património natural e histórico da Cela, sobretudo quando se trata de atos que lesam a lei e a história local", concluiu o ativista.