Luanda - Carlos Panzo é filho do povo e enteado do poder político. Esteve de Assessor do Presidente da República por efêmero período. Foi proscrito do cargo por ter, alegadamente, embolsado comissões no valor total de 11 milhões de dólares. Valor pago pela empresa brasileira Odebrecht. O pagamento terá sido feito em várias tranches, através de uma conta bancária na Suíça. Foi o “azar da Belita”. Foi a desdita de Carlos Panzo!
Fonte: Club-k.net
João Lourenço, mal soube disso, deu-lhe um “chega pra lá”. Exonerou-o sem contemplações. Entregou-o à Justiça numa bandeja. Entregou às feras. Sequer deu o benefício da dúvida. Não o ouviu sequer. Na condição de Carlos Panzo há muitos na Presidência da República. Beneficiam da ultraproteção de João Lourenço. Ninguém os toca. São impunes. Os seus nomes são conhecidos. Estão mais sujos que paus de galinheiro. Os rostos e casos são conhecidos. No Governo também. São intocáveis. São os protegidos de João Lourenço. São os corruptos bons e bem apadrinhados. É assim mesmo!
Adiante! Carlos Fonseca abalou para Espanha depois de ter sido defenestrado. Chegou a ser detido em Espanha. Recorreu. Ganhou a causa. As autoridades angolanas reclamaram a sua extradição de Carlos Fonseca. O Tribunal Constitucional espanhol anulou, há poucos dias, a sua extradição. Alegou que o organismo que emitiu o pedido de extradição inobservou as normas de independência. Foi uma acachapante derrota para as autoridades angolanas. Foi um rotundo não à Justiça angolana. Na Justiça espanhola Carlos Panzo teve a proteção que não encontrou na do seu País.
Carlos Panzo não é diferente de muitos que rodeiam o Presidente da República. Ele é tão angolano quantos os colaboradores do Chefe de Estado. Amealhou e fez um pé de meia tal como os outros. Juntou fazenda na Suíça tal como os outros fazem em Portugal e noutras geografias. Por que razão um tem de ter a Justiça à perna e os outros são “acólitos” predilectos e impunes do Presidente da República?
Eu respondo: Carlos Panzo terá cometido o mesmo crime praticado por 99,9 porcento de quem já teve a benfazeja (sorte) de estar no aparelho do Estado ou do Governo. Uma forma de fazer a vida em Angola. Carlos Panzo é alvo de perseguição política por não ter influência política. É acossado por não ter desposado sobrinha nenhuma do Presidente da República. Se o tivesse feito, seria também defendido pelo Mais Alto Magistrado da Nação com a mesma galhardia que defende os outros. Com o mesmo e denodado argumento com que defendeu Manuel Vicente. Este último tem uma vida de nababo no Dubai. Tudo lhe vai bem! Tudo corre de feição. Ninguém pede a sua extradição.
Carlos Panzo é filho de ninguém. É apenas filho da mãe e do pai dele. É um angolano politicamente sem beira nem eira. E muito menos tribeira. É enteado do Poder. Não tem influência política. Por isso mesmo menos digno de ser tratado com Justiça e imparcialidade. Episódios desta natureza são muito comuns em contextos como o nosso onde os filhos são perseguidos e os enteados protegidos.