Luanda - O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) promoveu na sexta-feira, 15, no auditório da Casa da Juventude, município de Viana, em Luanda, um encontro de reflexão sobre a problemática do encerramento dos cursos de medicinas e ciências da saúde no ensino superior público e privado, por parte do Governo angolano num período de dois anos.

Fonte: Club-K.net

No centro do debate estiveram os médicos Adriano Manuel, presidente do Sindicato dos Médicos Angolanos (SMA) e o especialista em saúde pública, Jeremias Agostinho e reuniu estudantes, especialistas e público em geral.

Durante o encontro, os prelectores e demais participantes manifestaram o sentimento de rejeição da presente medida do Governo angolano de encerramento dos referidos cursos, embora reconheçam a necessidade urgente de se melhorar significativamente o actual quadro de banalização em que está mergulhado o Ensino Superior.

Os especialistas defendem a liberação total do mercado do Ensino Superior, pois segundo eles, poderá desequilibrar a balança em favor das instituições do ensino privado, provocando exclusão da grande maioria dos jovens e famílias sem capacidade financeira.

O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) entende ainda que a promoção e massificação do Ensino Superior nas instituições públicas “ainda é o melhor caminho que garante a sustentabilidade do desenvolvimento em Angola no actual contexto social e económico das famílias”.

Os participantes defendem por outro lado a necessidade da melhoria das condições, fundamentalmente dos laboratórios e não o encerramento dos cursos de saúde e ciências da saúde.

De acordo com o vice-presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Joaquim Lutambi, decorre o processo de recolha de assinaturas, que poderão ser remetidas ao Presidente da República João Lourenço, com vista a exigir a anulação da medida do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia.

“Abaixo assinado é uma indignação dos estudantes, pais e encarregados de educação por conta do Estado ter investido em outros sectores deixando sempre para trás o sector ligado à educação, e particularmente ligado à saúde”, lamentou Lutambi.

Joaquim Lutambi lembrou que, “entre os dez países que mais investem na educação Angola não faz parte, dos vinte países do Continente Africano que mais investem na educação, o nosso país não faz parte”, disse.

Segundo ainda Angola “está sempre atrás de tudo porque simplesmente estamos na ponta do iceberg, quando se trata de corrupção e do interesse desta cleptocracia, que tem dirigido o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia”.