Lisboa – As razões para a ausência da direção da UNITA no lançamento da Fundação Jonas Malheiro Savimbi, em Luanda, estão a ser associadas a dois fatores principais. O primeiro visou garantir que a nova instituição tenha autonomia própria, sem que seja ligada a uma agenda política, visto que as fundações (excepto a Sagrada Esperança, do MPLA) não podem se envolver em atividades políticas. O segundo factor está relacionado a exigências feitas pela direção da UNITA, que foram rejeitadas pela direção da fundação.
Fonte: Club-k.net
De elementos que impugnaram o décimo terceiro congresso
De acordo com apurações, durante a última reunião da Comissão Política da UNITA, marcada pela presença de Isaías Ngola Samakuva, alguns "mais velhos", provenientes da província do Moxico, fizeram questionamentos ao segundo presidente da história do “Galo Negro”. Entre as questões levantadas, os “mais velhos” pediram a Isaías Samakuva que afastasse da direção da Fundação Jonas Malheiro Savimbi o grupo de militantes que, em 2019, teria impugnado o décimo terceiro congresso da UNITA. O argumento dos "mais velhos" é que este grupo, no qual se destaca a militante expulsa Ana Filomena Domingos, é hostil ao partido e continua a desenvolver uma agenda de desestabilização do partido fundado por Jonas Savimbi.
Segundo fontes do Club-K, o ex-líder Isaías Samakuva, que agora coordena a FJM, recusou a proposta de afastar o referido grupo da direção da fundação. A mensagem transmitida pelos "mais velhos" foi de que, enquanto este grupo continuar a ter acolhimento na Fundação Jonas Savimbi, a direção da UNITA se distanciará das atividades dos mesmos.
A fundação, sob o lema "Solidariedade. Inclusão. Desenvolvimento", tem como objetivos apoiar pessoas com deficiência, contribuir para a erradicação de minas antipessoais, apoiar a mulher rural, promover projetos de alfabetização, saúde sexual e reprodutiva, preservar valores culturais africanos, conceder bolsas de estudo, entre outros.
No dia do lançamento da fundação, o primogênito de Savimbi, Durão de Monte Negro Cheya Savimbi, agradeceu ao presidente angolano, João Lourenço, e a Isaías Samakuva pelo apoio à fundação, que "não é e nunca será um partido político, nem um sindicato, nem uma instituição religiosa, nem uma empresa", sendo "expressão da vontade genuína" de realizar o sonho do pai.
"Jonas Malheiro Savimbi deve ser lembrado, estudado e até criticado, por que não, mas sempre nos lembraremos de que ele é um filho de Angola, que serviu Angola, idealizou e encarnou uma causa nobre", sublinhou.