Luanda - A direcção da Casa da Juventude de Viana, em Luanda, revela que o actual director-geral, João Domingos Calueio Panga Panga, desde que foi empossado em Dezembro de 2023, tem desenvolvido um trabalho muito profundo para a requalificação da instituição, que nunca foi feita pela gestão anterior de 13 anos, facto que alega estar a permitir igualmente o combate às práticas danosas, que têm desagradado muitas pessoas, incluindo trabalhadores da instituição afecta ao Ministério da Juventude e Desportos.

Fonte: Club-K.net

A reacção surge na sequência de uma denúncia de um colectivo de trabalhadores da Casa da Juventude (CAJUV), publicada pelo Club-K, em que acusa o director-geral da instituição, João Domingos Panga Panga, de gestão danosa, assédio sexual e nepotismo, exigindo deste modo a sua exoneração sob pena de desencadearem uma greve.



Em nota enviada à redacção deste portal, a direcção da Casa da Juventude de Viana esclarece que, o ex-chefe do departamento de Formação e Apoio às Casas da Juventude, exonerado pelo então secretário de Estado, “não prestou um trabalho digno, porque fazia sempre também interferência nos trabalho leal da Casa da Juventude de Viana”.

 

O ex-responsável do departamento de Formação e Apoio às Casas da Juventude, de acordo com a actual direcção, “movimentava a quadrilha que eles criaram nas casas da juventude a nível nacional e servia também todos os interesses do Director Nacional da Juventude, Kikas Machado, considerado testa de ferro do director nacional”.

 

As acções do actual director da instituição João Domingos Panga Panga tem motivado e criado “sentimento de mágoa e angústia pela gestão da casa da juventude”, pois reforça a nota, “foram descobertos todos os movimentos de quadrilha nos contratos feitos a preços de banana para benefícios de lobbies”.

 

“A gestão descobriu ainda que, tanto o ex-chefe do Departamento de Formação e Apoio às Casas da Juventude e o director Nacional da Juventude, vinham sempre levantar somas avultadas de dinheiro na Casa da Juventude de Viana”, lê-se.

 

“Outrora supervisionada diretamente pela Direção Nacional da Juventude na pessoa do senhor Kikas Machado, e o seu chefe de departamento, Celso durante 13 anos, desde a sua criação, foram 13 anos de muita corrupção activa e passiva, nepotismo extremo ao mais alto nível, criando lobbies em todas as unidades orgânicas do referido Ministério e controlando todos os recursos das unidades”, reforça.

 

O documento revela ainda que os senhores Kikas Machado e Celso teriam instrumentalizado os trabalhadores da instituição, fazendo de “marionetas” alguns dos funcionários “com promessas de que viriam também a ser gestores, porque também fazem parte da quadrilha da Casa da Juventude de Viana”.

 

Apontou ainda como suposto membro da “quadrilha”, o antigo estudante do curso de direito, da Universidade Jean Piaget, Zacarias Meio Dia, que a data dos factos respondia pela área técnica, cuja exposição atribui-lhe certa “incompetência” na área que supostamente não tinha domínio.

 

“Foi durante o seu mandato, que nem manutenção das instalações fazia, a electro-bomba tinha o seu controlo 24/24 até porque lhe foi cedido um quarto na pousada para passar as noites para a devida supervisão, mesmo assim não fez mostrando incompetência extrema, motivo que levou a sua exoneração e reconduzido numa outra função”, sustenta a nota, acrescentando que “a questão da água podre e a cheirar mal na piscina, foi ele também que vendeu todos os motores de ar condicionados da referida instituição”.

 

“O mesmo roubou a mobília da casa protocolar para o seu apartamento na Urbanização Vida Pacífica, bem como tinha o hábito de subfacturar em tudo que a antiga gestora lhe orientava, e mesmo com as verbas que anteriormente a instituição recebia para a manutenção, não o faziam, preferiam dividir os valores que o fundo da juventude disponibilizava entre a quadrilha, deixando assim a casa da Juventude nas profundezas dos escombros, provocando mau cheiro aos jovens que frequentavam o local”.

 

“O outro senhor implicado na mesma quadrilha é Cláudio Luís, antigo responsável das actividades, este foi descoberto numa investigação feita pelo actual gestor e os seus responsáveis que todos os valores arrecadados não fazia chegar à tesouraria, tais como; arrendamento das salas para actividades, da quadra pólo-desportiva, por este e outros motivos o mesmo foi exonerado do cargo onde vinha há anos roubar frequente”, denuncia o documento, que revela que, “após a nomeação o senhor Benedito, para o mesmo posto, os resultados têm sido satisfatórios com uma diferença abismal, tudo porque Cláudio Luís simulava e alterava os valores da arrecadação das receitas, pelo que o actual director descobrindo essas falcatruas decidiu afastá-lo do cargo”.

 

A exposição sustenta que por “este motivo virou um combate terrível contra o gestor disseminando falsas informações contra o director Panga Panga, que todavia tem vindo a fazer um trabalho excelente, porque o mesmo encontrou a Casa da Juventude de Viana aos escombros”, sustenta, sublinhando que “foi assim que durante 14 anos, a quadrilha deixou afundar a referida instituição, deixando sem brilho e aos escombros, tirando o seu brilho original”.

 

Por iniciativa do então secretário de Estado da Juventude, criou uma comissão de trabalho para o acompanhamento, melhoramento e avaliação das unidades orgânicas do referido Ministério da Juventude e Desportos , e como resultado, constatou que dentro da Casa da Juventude de Viana, havia muita resistência e desobediência para com a antiga gestora, identificada por Telma, porquanto o grupo sentia-se acomodado e protegido pelo antigo director Nacional da Juventude e o chefe de Departamento de Apoio da Casa da Juventude, “porque defendiam os seus interesses de roubalheira”.

 

Trabalho desenvolvido em pouco tempo

A direcção da Casa da Juventude de Viana revela que Panga Panga tem se empenhado com vista a melhoria da imagem e dos serviços da instituição, com amortização de todas as dívidas da água e de energia, dívidas das empresas de jardinagem e outras, a troca dos seguranças que representavam perigo a casa e pintura interna e externa.

 

Está a ser feita igualmente a reabilitação dos mosaicos encontrados deteriorados, melhoramento das casas de banho, iluminação dos parques internos e externos e da quadra poli-desportiva.

 

“Está em curso a reparação da piscina, substituição dos ar-condicionados da sala VIP e do Auditório que se encontravam há mais de cinco anos paralisados por falta de vontade”.

Formação técnico profissional

O documento assinala ainda que sob gestão do novo director-geral da Casa da Juventude foram implantados 13 cursos, que “deram mais vida e dignidade à Casa da Juventude, motivo que levou a frequência de jovens na instituição”.

 

“Tem-se estabelecido esforço conjunto com as associações juvenis a fim de promover palestras, workshops, e congregar jovens com objectivo de pensar Angola e dar maior dignidade a assistência”, advogou.

 

“Este contraditório, tem como objectivo, demonstrar como foram administrados os recursos da Casa da Juventude durante 13 anos, cabimentados à instituição, mas a ruínados através de ganância, nepotismo, corrupção e apoderamento de bens públicos pela quadrilha da então Direcção Nacional da Juventude”, finaliza a exposição.

 

Refira-se que, a Casa da Juventude de Viana está localizada na rua 11 de Novembro, em Luanda, sendo uma unidade orgânica do Ministério da Juventude e Desportos, com competência administrativa e financeira.

 

Trata-se de uma instituição de apoio integral aos jovens, que se caracteriza pela sua natureza social e cultural, organizada com serviços abertos aos jovens.

 

Foi criada à luz do Decreto Executivo nº. 128/06, de 06 de Outubro de 2006, com o objectivo de acudir as mais distintas aspirações da franja juvenil da sociedade, visando a materialização das políticas públicas do Estado.

 

O seu objecto consiste principalmente em promover, apoiar e fomentar acções de mobilidade juvenil na sua vertente social, possibilitando aos jovens, oportunidades de formação integral e sócio-cultural, entre outras acções que estimulem a mobilidade, contribuindo para valorizar a formação dos jovens, partilha de conhecimentos e ideias, reforçando os laços interpessoais e culturais entre os mesmos.