O facto foi anunciado ontem à imprensa, no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, pelo vice-ministro das Relações Exteriores, George Chicoty, que integrou a delegação angolana à 11ª cimeira da União Africana, chefiada pelo Primeiro-Ministro Fernando da Piedade Dias dos Santos.

O Primeiro-Ministro, que regressou ontem do Cairo, participou na Cimeira em representação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. George Chicoty disse ainda que durante a cimeira de Sharm El Sheikh os participantes produziram uma resolução que recomenda que haja um processo de diálogo no Zimbabwe, que permita ao país alcançar a paz na base de um Governo de União, de Reconciliação Nacional e que seja inclusivo.

Para que estas etapas se realizem, segundo ainda George Chicoty, “é necessário que os países da SADC se envolvam, porque a resolução adoptada recomenda à SADC que a mediação existente deve continuar.

Portanto, haverá urgência para que a SADC, e muito particularmente o Órgão de Política, Defesa e Segurança, sob presidência de Angola, faça tudo que estiver ao seu alcance para que o Zimbabwe consiga, tão rapidamente quanto possível, conformar-se a esta resolução”, disse.

Relativamente às questões de paz e segurança, segundo o vice- -ministro das Relações Exteriores, o Zimbabwe foi o caso mais discutido, e o que mais preocupação coloca entre os Chefes de Estado africanos. “O assunto será acompanhado de perto pela própria União Africana, que também está bastante preocupada com a situação actual do Zimbabwe”, disse Chicoty.

Apesar de que a cimeira teve como tema água e saneamento, a crise política do Zimbabwe dominou a atenção dos Estadistas africanos. A esse propósito, o Primeiro-Ministro Fernando da Piedade manteve vários encontros com Chefes de Estado para concertar posições.

Referindo-se ao alcance dos Objectivos do Milénio, ameaçados agora com a crise dos alimentos e alta do preço do petróleo, George Chicoty disse que a questão foi colocada, mas nenhum dos países esperava que a crise do petróleo fosse durar tanto tempo.

“O problema acentuou-se agora com o facto de que há pouca comida, ou melhor a crise alimentar é que vem agravar alguns dos aspectos dos Objectivos do Milénio, o que vai implicar que os Estados africanos tenham que rever as suas estratégias”, esclareceu.

Durante a cimeira, segundo ainda George Chicoty, falou-se também da possibilidade de se criar uma parceria afro– árabe que poderá resultar na criação de um Fundo que permita a alguns países africanos fazer investimentos em alguns sectores chaves como a água, energia, fertilizantes, através do referido Fundo.

Fonte: Jornal de Angola