Luanda - A educação é a melhor arma para salvar o mundo, dizia o grande Madiba. O nosso país, nos seus quase cinquenta anos de governo do MPLA, um partido-governo, supostamente, de ideologia social democrata, que nada quer saber de educação, saúde, serviços sociais, os três pilares do Estado de Bem-estar “ Welfare State”, malgoverna o país a base da mbuandja ou do jajão!

Fonte: Club-k.net

Soube-se através de Decretos emitidos pelo Ministerio do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, na pessoa da Ministra Maria Do Rosario Bragança, que se estão a fechar várias faculdades dedicadas a formação de técnicos da área da saúde, por todo país, especialmente no Sul de Angola. Hoko ó Vocês, como se diz no Huambo, só agora, neste ano 2024, é que o MPLA deu conta que as mesmas, não cumpriam com os requistos mínimos para preparar a futuros médicos e enfermeiros? O governo do MPLA, autorizou o funcionamneto de todas estas instituições sem antes asegurar-se que estas tinham docentes de qualidade, condições e equipamentos necessários para a formação de profissionais competentes. Tudo foi feito a “ Bungle bangle” .

Quantos profissionais mal formados temos neste momento pelas unidades hospitalares do país? Qual tem sido o desempenho destes médicos e enfermeiros? Quantas pessoas já morreram devido a negligência destes profissionais? Quem são os donos destas universidades? Quem autorizou o seu funcionamento e quais foram os critérios ou requisitos? Quem, em Angola, responderá pelos erros destes profissionais? Encerram-se as faculdades e os 38 mil estudantes que ficarâo fora do sistema de ensino, ficam à espera que o desgoverno compre mais carros e aumente as mordomias para os seus membros, é isso? E como serão os próximos anos lectivos? Louvamos a iniciativa do Ministério do Ensino Superior, porque efectivamente com a saúde e a educação, todos os esforços em melhorar a qualidade são louváveis, mas cabe dizer em abono da verdade, que vem tarde, muito tarde e mal. Porque é que não aproveitaram o período estival dos estudantes para que as instituições indicadas pudessem corrigir estas importantes lacunas?

Com esta acção é bem patente, que estamos governados por pessoas que primeiro fazem e só depois pensam. Aquilo que dizia o filosofo “ Penso logo existo” parece que não serve para os que formam parte do executivo angolano. Os jovens estudantes, estão a pagar as consequências das mixas, dos compadrios, da falta de responsabilidade e sentido de Estado. A Educaçao é um Direito fundamental, Inalienável, é assunto sério. É verdade que as autocracias, preferem e insistem em manter o povo na ignorância para evitar que exista um pensamento crítico e libertário. A ignorância não faz um país. A governação do MPLA anda muito atabalhoada. Existe falta de tudo. Falta corporativismo, consertação dos planos e decisões que tomam. Não estudam os programas e nem se interessam pelas consequências dos seus Decretos ou decisões. De manhã vem uma Ministra que autoriza tudo e a tarde vem outra que desautoriza tudo. Não existe sentimento de pertença a um grupo, de alinhamento. Portanto, o pacato cidadão, é quem paga por tudo. Por favor, meus senhores e senhoras, sejam sérios. Estamos a aceitar pacificamente, que nos humilhem enviando-nos a comer aos contentores de lixo, que a policia dispare a queima roupa e mate, obrigam-nos a fugir da nossa terra por falta de oportunidades, empurram-nos a prostituição e a deliquência. Estudamos só mesmo pela graça de Deus, porque na hora das matriculas luta é luta, enfim... por favor, não matem também os sonhos dos jovens. Os sonhos de formar-se com qualidade na sua própria terra e contribuir para o engradecimento do nosso sistema de saúde. O sonho de um dia ver o país, pelo que morreram lutando os nossos antepassados, com quadros que brilhem além fronteiras, quem sabe, até algum prémio Nobel.

Se não estão capacitados para governar, sejam humildes e demitam-se. Angola não merece estas brincadeiras e faltas de respeito. Angola em primeiro lugar, Angola sempre! A saúde e a educação, são sagradas. Repensem as vossas posturas. Estamos fartos! Os jovens não podem perder o ano lectivo, pela vossa incapacidade e incompetência. Busquem alguma solução, que não passe pelo encerramento ou suspensão desses 83 cursos de medicina e ciências da saúde. Sabemos que quando se quer algo, faz-se, seguramente se quisessem, amanhã mesmo, todas estas faculdades estariam equipadas e com técnicos capacitados e prestes a formar os homens e mulheres do futuro com todas as condições necessárias e exigidas.

A Educaçao é a arte de fazer visíveis, as coisas invisíveis. Jean François Lyotard