Lisboa - Um grupo ligado aos preparativos do IX Congresso Ordinário da JMPLA está publicamente contra a candidatura de Justino Capapinha (na foto de preto), acusando-o de ser imposto pelo Primeiro Secretário Nacional, Crispiniano dos Santos (na foto de vermelho), e pelo secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo.

Fonte: Club-k.net

ACUSADO DE VIOLAR O ARTIGO 61 DOS ESTATUTOS DA ORGANIZAÇÃO 

Justino Capapinha, filho do ex-governador do Cuanza-Sul, Job Castelo Capapinha, ocupava até recentemente as funções de 2º Secretário do Comité Nacional Interino da JMPLA e Coordenador Adjunto da Comissão Nacional Preparatória do Congresso. O seu apoio por Crispiniano dos Santos começou após a saída de Santiago Lino Vunge do cargo de 2º Secretário, em meio a alegações de envenenamento, que o levaram a focar-se exclusivamente no parlamento.


Com a retirada de Tito Cambanje da corrida à liderança da JMPLA em 2022, Crispiniano intensificou o suporte a Capapinha, enviando-o a eventos para ganhar visibilidade política. Além disso, surgiram rumores de que Crispiniano se aproximou de Job Capapinha, beneficiando de favores, como um espaço para uma fazenda no Cuanza Sul.


O apoio de Paulo Pombolo à candidatura de Justino também é visto como consequência de favores passados providos por Job Capapinha. Quando Justino apresentou a sua candidatura esta semana, foi Pombolo quem convocou a mídia (TV ZIMBO) para cobrir o evento. Em contraste, a mesma emissora foi proibida de cobrir a candidatura de outro concorrente, Adilson Hache, da província do Namibe.


O candidato Mário Edgar Jorge Aragão submeteu uma impugnação à candidatura de Justino, alegando violação das normas por este ser membro da Subcomissão de Candidaturas da Comissão Nacional Preparatória. A impugnação se baseia na Diretiva N.º 07/2024, que proíbe tal sobreposição de funções.

 

Nesta quarta-feira, 25, Crispiniano anunciou a substituição de Capapinha por Elizandra Wassuca, secretária do Departamento para a Política de Quadros da JMPLA. Apesar disso, membros internos questionam a legalidade da ação, argumentando que a decisão de substituição caberia ao Comité Nacional, não ao secretário. Os mesmos socorrem-se ao artigo 49, e ao 61 dos estatutos da JMPLA.Na Alínea d) do artigo 61 deste mesmo documento é determinado que a composição do secretariado nacional e a eleição do segundo secretário é competência do Comité Nacional.

 

Observadores em Luanda acreditam que o congresso da JMPLA, marcado para novembro, poderá ser semelhante ao anterior, quando os delegados rejeitaram o candidato da direção do partido, Domingos Betico, e elegeram Crispiniano dos Santos, então Primeiro Secretário Provincial da JMPLA no Cunene.