Luanda - O diretor da Rádio Benguela, Gerceu de Almeida, e o diretor da Rádio 5, Aguilar Virgílio, estão envolvidos em reiterados desrespeitos às deliberações do Conselho de Administração da Rádio Nacional de Angola (RNA-EP), especificamente à Instrução de Serviço nº 032/CA-RNA/2024, assinada pelo presidente do conselho, Pedro Cabral.
Fonte: Club-k.net
A referida instrução proíbe a contratação de colaboradores eventuais para serviços efetivos e a inserção de qualquer pessoa nos microfones da RNA sem autorização expressa do presidente do Conselho de Administração. De acordo com denúncias, o administrador Estanislau Garcia, primo direto de Gerceu de Almeida, tem conhecimento dessa situação, mas parece ignorar as irregularidades durante suas visitas a Benguela.
Um exemplo recente ocorreu no dia 26 de outubro de 2024, quando o jovem narrador Josekitas de Messias foi ouvido comentando uma partida de futebol do Girabola. Josekitas, que também atua na página oficial do Wiliete Sport Clube SAD, foi instruído por Aguilar Virgílio e pelo jornalista Domingos Januário, chefe da Redação Desportiva em Benguela. Essa prática configura um conflito de interesses e uma violação das normas de isenção jornalística.
A Instrução nº 032/CA-RNA/2024 foi estabelecida, em parte, devido a incidentes anteriores, como a contratação do jovem Tap Santareno como locutor de continuidade na Rádio 5 sem vínculo jurídico. Aguilar Virgílio foi advertido pela administradora dos Recursos Humanos da RNA, Cristina Nobre, mas ignorou as recomendações. Tap Santareno, preocupado com sua situação, apresentou queixa no tribunal de Luanda, que decidiu a seu favor, reconhecendo que ele atuou como se fosse efetivo.
Outros casos semelhantes têm sido relatados, como a movimentação do comentarista José Zumba da cidade do Uíge para Calulo, sem vínculo com a RNA/Uíge, e a contratação do jornalista reformado José Kapua Sequesseque para narrar um jogo do Wiliete, cujos custos foram cobertos pela equipe do clube.
A prática de utilizar colaboradores eventuais sem contratos formais tem se tornado comum em Benguela, colocando a RNA em risco de enfrentar ações judiciais por utilizar indivíduos sem vínculos jurídicos ou carteiras profissionais para exercer a função de jornalista.
A nota do Conselho de Administração da RNA-EP é clara: os envolvidos nas violações da instrução correm o risco de enfrentar processos disciplinares.