Luanda - Conheci-o por intermédio do Fernando Guelengue . Era um homem sábio. Intelectual da primeira linha. Defendia nos últimos anos a legalidade e a justiça nos actos eleitorais da CNE, onde acreditava ser o vencedor do concurso que lhe tornaria o número um da Comissão Nacional Eleitoral.
Fonte: Club-k.net
Recorreu às mais elevadas instâncias de justiça do país com objectivo de ver o seu direito,a legalidade democrática e a verdade eleitoral repostas, porém foi inútil o tão nobre esforço.
Infelizmente a morte tirou-lhe do nosso convívio e vai à enterrar nesta segunda-feira, 11 de Novembro, no cemitério de Santa Ana. Curiosamente é o dia da nossa dipanda. Dia que marca igualmente a mais alta conquista política, social, cultural e até psicológica do povo angolano: a independência nacional. É o dia de celebração da liberdade, pois foram mais de 500 anos de opressão, de subjugação de aculturação, de escravidão e de tortura a todos os níveis.
Contudo, talvez não seja com este sentimento (de liberdade, de independência, de democracia plena, de verdade e de justiça que o malogrado Juiz Agostinho António dos Santos) tenha partido para outra dimensão do ser.
Reclamou sem sucesso do direito que a liberdade e a independência nacional lhe terão proporcionado, mas nada resultou. Talvez, o malogrado teria sentido na pele a ineficiência do sistema de justiça pelo qual lutou para que fosse melhor em tempo de liberdade, em tempo de independência.
Lamentavelmente não foi a tempo de corrigir os males do sistema de justiça do qual fazia parte. Nesta hora de partida, de dor e de luto nada mais resta senão reflectir sobre o seu legado, as causas pelas quais lutou. Uma luta que continua, como disse António Agostinho Neto, o pai da Nação angolana. E, a certeza de que vai um dia a verdade democrática vencer, será um facto. E quando isto acontecer certamente que alguns se lembraram dele.
Rest In Peace!