Luanda - O presente artigo faz uma abordagem a respeito do “Impacto da Fuga à Paternidade na desestruturação familiar em Luanda”.

Fonte: Club-k.net

Trata-se de uma pesquisa que pretende perceber com vigor, rigor e objectividade os contextos e as condições em que levam os jovens a Fuga à Paternidade, tendem a não acautelar gravidezes precoces e/ou casam de modo precipitado e emotivo, acabando por romper o relacionamento com as suas parceiras sexuais ou mesmo conjugais.


A Fuga à Paternidade é um problema provocado por negligência, inresposabilidade conjugal, falta de valores morais, entre outros, cujo a sua resolução pode se basear nas medidas apresentados a baixo.


A Fuga à Paternidade é a negação ou rejeição de assumir as suas responsabilidades paternais ou maternais em relação aos filhos nascidos.


O conceito de Fuga à Paternidade contém um sentido de exclusividade em relação ao pai que se recusa a assumir o filho. Por isso preferimos designar abandono parental que é extensivo aos pais que abandonam os filhos, independentemente do sexo [Pintinho 2018].


A Fuga à Paternidade é um assunto que infelizmente assola de quase algumas famílias, e deve ser prevenido ou resolvido de forma a evitar a desestruturação familiar. Deste modo, deve preocupar toda a sociedade e não apenas algumas famílias e, na verdade tem de ser combatido de modo a impedir que as vítimas de hoje não se tornem, amanhã, transgressores e promotores, quer seja conscientes ou inconscientes de um mal que desestrutura as famílias.


A Fuga à Paternidade continua a ser um problema que se vive em muitos lugares do Mundo e o nosso País (Angola) não está isento a ele. Assim, a nossa sociedade regista muitos casos de “Fuga à Paternidade”, e ela é definida como uma negação ou rejeição de assumir as suas responsabilidades paternais ou maternais em relação aos filhos nascidos.


A principal causa da Fuga à Paternidade em Angola é a perda de valores morais, éticos, culturais e sociais por parte de certos progenitores, em que se destaca a infidelidade conjugal. Mas existem também outros motivos, como o desemprego e a falta de condições financeiras.


Em Angola, tem inúmeros casos de criança a recolherem lixos, crianças abandonadas pelos pais nas portas de igrejas, lares e deitadas em contentores de lixo ou outros depósitos, e também vivencia-se que as criançãs e adultos que vivem em um ambiente onde um dos pais abandonou, são propenços a contrairem doenças e outros tais como: desnutrição, alcoolismo, tabagísmo, bandidagem, trabalho infantil, prostituição, desta feita, em meio a estas situações alarmantes que esta problematica causa, levou-nos a esta tarefa de abordar sobre a Fuga à Paternidade no forúm Patológico.

O estudo demonstra que, os casos de Fuga à Paternidade no período de 2020 á primeiro trimestre de 2022, mostrou que 400 casos de Fuga à Paternidade registou-se no ano de 2020, 677 em 2021 ao posso que no primeiro trimestre de 2022 com 194 casos.

Os dados mostraram que os maiores casos de Fuga à Paternidade, são registados no ano de 2021 com 677, que corresponde a 53%, cujo as causas do surgimento a fuga foram: Violência Física, verbal, sexualo e psicológica, negligência e práticas de feitiçarias.


A julgar pelos números relativos à Fuga à Paternidade referentes ao primeiro semestre deste ano que, segundo o director da instituição (INAC1) mencionada acima, somam já 700 casos e situações que ocorre com maior frequência na família nuclear e alargada.

De facto, se a tendência se mantiver até ao fim do ano, teremos mais de um milhão de casos de Fuga à Paternidade e isto apenas entre os que são registados. Sem precisar de estudos, é evidente que grande parte dos casos de Fuga à Paternidade não passam de reproduções de geração para geração e que, muitas vezes, acabam por envolver membros de agregados familiares em que não são comuns os referidos casos [INAC, 2010].

É necessário acautelar as repercussões nas mesmas, uma vez que existem alguns pais que furtam-se das suas responsabilidades, sobretudo em alguns lugares na cidade de Luanda, abandonaram o lar, não cumprindo com as suas obrigações caso especifico a custódia dos seus filhos, que por sua vez pode causar, desunião e pouco afecto entre os pais e seus filhos.

1.Instituto Nacional da Criança (INAC). Consultado em 20 de Julho de 2024.

CONCLUSÃO


O objectivo central deste trabalho de pesquisa foi efectivamente compreender o impacto da Fuga à Paternidade na desestruturação familiar.


A Fuga à Paternidade é um assunto de toda a sociedade e não apenas de algumas famílias e deve ser combatida para impedir que as vítimas de hoje não se tornem, amanhã, transgressores e promotores, conscientes ou inconscientes, de um mal que desestrutura a todos.


O estudo permitiu perceber que, Fuga à Paternidade em Angola, na província de Luanda, por conta da sua relevância, juntam-se alunos universitários, especialistas (psicólogos e pedagógos), organizações governamentais e nãos governamentais tais como: o INAC (Instituto Nacional de Criança), MFPM (Ministério da Família e Promoção da Mulher) e OMA (Organização da Mulher Angolana). Tais entidades e agentes têm analisado e reflectido sobre o tema, enviando esforço para combater, diminuir, se não mesmo erradicar, este fenómeno social angolano, pois é notável e visível, a cada dia que passa, os números de casos que envolvem esta problemática, crianças fora do sistema escolar por falta de assistência do pai, crianças sem esperança de vida, sem segurança alimentar e nutricional, registo de nascimento e educação primária.


É de referir que, os pais devem saber que a sociedade tem normas que protegem os filhos. Pois, vivem numa sociedade regulada por normas jurídicas que orientam a vida e o comportamento de Fuga à Paternidade desde a excesso da embriaguez por parte dos homens, a má consciência e má vontade de assumir a sua responsabilidade maternal ou paternal, negligência de um progenitor pode provocar a Fuga à Paternidade, desemprego e as dificuldades financeiras ou as condições sociais precárias promovem a Fuga à Paternidade, prostituição da mãe bem como a falta de diálogo na família ou no lar.


As situações que impactam a Fuga à Paternidade nas famílias geralmente são apontados com maior frequência os seguintes: a situação económica e financeira, violência doméstica, desemprego, o elevado número de filhos, aesência de amor ao próximo, ausência de um relacionamneto sério, medo, indecisão, falta de confiança, prática de feitiçaria e a irresponsabilidade no seio de alguns cônjuges.

Importa salientar que, a situação social e económica de algumas famílias está na base da Fuga à Paternidade uma vez que a condição económica de alguns pais não é favorável, o divórcio, a falta de emprego e/ou recursos financeiros, e outros acabam por abandonar as suas famílias.

A investigação esclarece que, a ausência de diálogo entre os casais contribui de forma significativa para o surgimento da Fuga à Paternidade porque é a base para um relacionamento sadio, a falta de moral bem como ausência de atenção no lar.


O estudo realizado, ilustra que, o índice de desemprego leva muitos jovens a praticarem a Fuga à Paternidade tal como os depoimentos recolhidos na pesquisa de campo desde a carência financeira, pobreza e a falta de comprometimento com o filho.


A Fuga à Paternidade constitui uma forma de desigualdade entre as famílias na medida em que é necessário que as pessoas implicadas dialogam com os seus parceiros (as) para diminuir esse mal desde a responsabilidade, deve houver felicidade no lar, melhor condições financeiras e conversa constante.


As consequências (resultados) que decorrem da Fuga à Paternidade são várias dentre as quais podemos citar a desestruturação familiar, exclusão social, sofrimentos dos filhos, comportamento desviante, problemas sociais com enfoque os psicológicos, pobreza e outras situações alarmantes na família.


A desconstrução da figura paterna começa quando desvincula-se a paternidade da ideia ou princípio biológico. Certamente, é importante realçar, gerar o filho não garante a relação afectiva com o mesmo, pois a constituição do laço afectivo não é algo que acontece de forma automática, é necessário empenho e a conquista.


Finalmente, as indagações levadas a cabo, demonstram que, as propostas que devem ser apresentadas de modo a prevenir e minimizar a Fuga à Paternidade no seio das famílias podem ser com maior frequência o diálogo entre os casais, amor ao próximo, respeito, evitar traição e, finalmente melhorar as condições financeiras.