Luanda - As autoridades americanas teriam condicionado recentemente a visita do presidente Joe Biden a Luanda à libertação de dois empresários judeus que estavam presos na cadeia do Cavaco em Benguela.

Fonte: Club-k.net

Os dois cidadãos (Tal Eliaz e Voimoy Atia) foram condenados em 2017 pelo Tribunal de Benguela a oito anos de prisão um processo em que um dos lesados é sócio, também israelita, de um alto dirigente do MPLA, João de Almeida Martins. Somente em outubro de 2024 é que os dois cidadãos foram presos, uma vez que estavam foragidos desde a condenação.

 

Capturados pelo SIC em outubro do corrente ano, os dois cidadãos foram levados à cadeia do Cavaco, Benguela, nos termos do processo crime 20279/17, por abuso de confiança e branqueamento de capitais. Diante da situação, grupos ligados aos dois cidadãos israelitas recorreram a lobistas judeus nos Estados Unidos a fim de que as autoridades deste país intercedessem junto ao regime angolano na véspera da viagem de Joe Biden a Angola. Os judeus são considerados os parceiros mais importantes dos EUA no mundo.

 

Sentindo-se “condicionada”, depois de abordada sobre o assunto, as autoridades angolanas liberaram neste sábado, 23, os dois cidadãos, depois de serem contactadas pelas autoridades americanas. Devolveram igualmente os passaportes dos visados.

 

Até então, os dois cidadãos aguardavam por um recurso junto ao Tribunal Supremo, que segundo o semanário Novo Jornal, não mostrou oposição à decisão de condenação do Ministério Público e à decisão do tribunal, tendo posteriormente avançado para o Tribunal Constitucional.

 

A visita de Biden a Angola está prevista para a primeira semana de dezembro, após o adiamento anterior. Esta é a primeira vez que um presidente norte-americano efetua uma visita a Luanda. Biden é um político do Partido Democrata, conhecido por seu compromisso com os direitos humanos. Além da prisão dos dois judeus, que já foram soltos, o presidente irá encontrar uma Angola com ativistas nas cadeias, acusados de ofensas ao Presidente da República, e que estão sendo privados de direitos de assistência médica nos calabouços do regime angolano.