Luanda - Na véspera da visita do presidente americano Joe Biden a Angola, o canal de televisão pública, TPA, sofreu um ataque cibernético o que levanta sérias questões sobre as motivações por detrás do referido ataque, e as possíveis consequências, tanto sociais, políticas e económicas.
Fonte: Club-k.net
Segundo o portal Platina Line, a diretora da TPA multimedia, Sandra Mainsel revelou que a TPA foi alvo de um ataque cibernético no dia 25 de novembro, e esforços estão a ser feito para o seu restabelecimento.
Primeiramente, é essencial refletir sobre as motivações por trás destes ataques. Uma interpretação possível é que se trate de um protesto político direccionado ao governo angolano. Nesse cenário, grupos opositores e ativistas cibernéticos tais como hackers anônimos podem ter visto a visita de Biden como uma oportunidade para destacar problemas internos, como a corrupção, repressão política e violações dos direitos humanos. Assim, esta ação pode ser entendida como uma tentativa de amplificar as suas vozes num momento de alta visibilidade internacional.
Além disso, o ataque cibernético ocorrido não deve ser encarado de forma simplista, porque pode expor a vulnerabilidade das infraestruturas tecnológicas do país, uma vez que a TPA É uma infraestrutura crítica. Essa fragilidade pode enviar uma mensagem crítica sobre a capacidade do governo em garantir a segurança nacional, algo que se torna cada vez mais relevante numa era de crescente dependência da tecnologia.
Existe também a possibilidade de que agentes externos tenham se envolvido nesse incidente cibernético, buscando influenciar a percepção pública ou realizar espionagem, evidenciando a complexidade das relações internacionais e a suas repercussões locais.
No que diz respeito aos impactos políticos, o referido ataque pode prejudicar a imagem do governo perante a comunidade internacional, especialmente num momento em que o país procura fortalecer os seus laços com potências como os Estados Unidos. A oposição pode aproveitar essa situação para criticar o governo e alegar que ele falhou em proteger instituições fundamentais, intensificando a tensão política.
Por outro lado, as repercussões económicas são igualmente significativas. O ataque cibernético a qualquer instituição pública, sem um plano de resposta a incidente pode denotar instabilidade política e afastar investidores estrangeiros, que buscam ambientes seguros e previsíveis. Além disso, setores como turismo e relações comerciais podem ser negativamente afetados, já que potenciais visitantes e parceiros podem reconsiderar os seus planos diante da imagem de insegurança cibernética.
Diante desse cenário, é fundamental que a TPA e responsáveis adotem medidas eficazes para recuperar as plataformas online para não passar a imagem de falta de comprometimento com a segurança da informação na instituição.
Primeiramente, a implementação de uma auditoria de segurança cibernética deve ser prioritária, a fim de identificar vulnerabilidades e reforçar as proteções existentes. Em seguida, a equipa de Tecnologia de Informação da TPA deve ser treinada sobre as melhores práticas de segurança para evitar futuros incidentes, ou responder imediatamente aos incidentes desta natureza.
Além disso, é crucial que a TPA comunique de forma transparente as ações que estão a ser tomadas para restaurar a segurança e a confiança do público. O restabelecimento destas plataformas deve ser acompanhado do plano de recuperação de incidentes que inclui a geração de conteúdo informativo e educacional sobre segurança digital, visando aumentar a consciencialização entre os usuários.
Por último, o governo deve considerar um investimento maior para infraestrutura tecnológica, assim como os protocolos de proteção da informação, garantindo que recursos adequados sejam alocados para a segurança cibernética sem comprometer outras áreas essenciais.
Em suma, o ataque cibernético sofrido pela Televisão Pública de Angola, especialmente num momento tão delicado como a visita de Joe Biden, é um evento que pode ter repercussões profundas. As consequências políticas e económicas desse incidente dependerão da resposta oportuna e de como isso influenciará a percepção interna e externa sobre o país. A adoção de medidas proactivas e a restauração da confiança pública serão fundamentais para superar essa crise.
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