Luanda - O partido CIDADANIA-Iniciativa de Cidadania para o Desenvolvimento de Angola, uma das novas formações políticas legalizadas em Julho deste ano, pelo Tribunal Constitucional (TC), entende que, passados 49 anos de governação, os angolanos, na sua maioria jovens, enfrentam um sentimento de “desilusão”, “traição” e “revolta” com a governação do MPLA, partido no poder desde a proclamação da Independência Nacional.

Fonte: Club-K.net

De acordo com a formação política liderada por Cláudio Brandão, “os cidadãos cansaram-se do impacto negativo em suas vidas do declínio considerável em todos os indicadores económicos e sociais do país”, pois segundo o político, “os angolanos cansaram-se das promessas falhas do Partido-estado, o MPLA”.

“Há em todos nós e sobretudo na juventude um grande sentimento de desilusão, de traição e consequentemente de revolta. Para quando a mudança?”, questiona.

Para o presidente do CIDADANIA, os angolanos “querem soluções reais e tangíveis para os seus problemas do dia-a-dia, isto é, soluções face ao aumento vertiginoso e perigoso do custo de vida que não para de subir arrastando para o desespero milhões de pessoas”.

Cláudio Brandão pensa que a fome e a pobreza extrema, que grassam a maioria da população do país, deviam merecer respostas claras com políticas reais que tocam directamente a vida das pessoas. “Queremos empregos, a primeira casa, dignidade e muito mais, reclamam os jovens. Enfim, queremos mudança através da alternância democrática”.

Numa exposição a que o Club-K teve acesso, o partido CIDADANIA deixa “bem claro que não somos agentes de qualquer polícia secreta, muito menos paus-mandados das forças políticas hegemónicas do nosso país”.

“Devido a minha experiência de selecionador nacional e de coordenador de campanha do partido onde militei com bastante honra e dignidade, fui indigitado pelos meus concidadãos activistas a liderar a Comissão Instaladora e posteriormente presidir o partido Cidadania até à sua primeira Convenção Nacional. Nada mais”, referiu Brandão.

À semelhança de outras forças políticas em formação no país, o encontro harmónico de vários cidadãos conscientes dos seus deveres e direitos constitucionais e cívicos que decidiram, no estrito cumprimento da lei, criar um novo partido político. Não há nenhum mal nisso”, lê-se.

O político ressalta que, “é grande a desilusão, a frustração, o sentimento de traição e o desespero, o crescente o custo de vida, é visível a fome e a pobreza extrema, a falta de empregos, a desenfreada corrupção, enfim a falta de um rumo, um norte”, Para Cláudio Brandão, “o país não pode ser para os militantes mais sim para os cidadãos”.

“Para quando a realização do sonho angolano que nasceu com a festa da dipanda e aqui entendido como o desejo ardente dos cidadãos em construir uma sociedade com valores fundados na combinação da angolanidade e da africanidade?”, questiona.

O CIDADANIA pensa que o desenvolvimento económico tem de ser a principal prioridade do país, sendo que, disse Brandão, os interesses da geração mais jovem, a juventude, devem estar no lugar cimeiro da política económica e social de todo e qualquer governo que vier a se formar nas próximas décadas.