Luanda - Mais de 500 camponeses da empresa “Konda Marta”, que desde 2016, litigam a disputa de terrenos no Distrito Urbano da Cidade Universitária, no município do Talatona, em Luanda, com supostos oficiais superiores da PN e da FAA, lamentam que continuam viver em condições precárias, devido às demolições das suas habitações.

Fonte: Club-K.net

Diante do quadro sombrio que enfrentam, os camponeses na sua maioria idosas, descrevem que celebram a quadra festiva (Natal e Ano novo), sem entusiasmo, uma vez que vivem em cabanas de chapas e papelões, em função da destruição das casas por uma força mista em Agosto de 2024, constituída por efectivos da Polícia Nacional (PN), Forças Armadas Angolanas (FAA), Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) e Fiscais da Administração Municipal do Talatona.

Apesar do ambiente inóspito que envolve os camponeses, a empresa “Konda Marta” realizou neste Domingo, 29 de Dezembro, uma cerimónia de cumprimento de fim de ano, seguido de um almoço de confraternização e entrega de certificados aos trabalhadores da empresa, que mais se destacaram ao longo do ano de 2024.

Em declarações à imprensa, o diretor-geral da empresa “Konda Marta”, Daniel Neto, voltou a denunciar a alegada violação dos direitos humanos pelas autoridades do país, devido à invasão constante das parcelas de terras, que segundo Daniel Neto, pertencem aos camponeses.

No acto, o também porta-voz de centenas de camponeses, Daniel Neto, juntou os camponeses e funcionários para um almoço e reconheceu, por um lado, as camponesas e trabalhadores que mais se destacaram durante o ano de 2024.

Ao tomar a palavra, o responsável agradeceu o empenho de todos, na defesa dos seus direitos e encorajou os demais no sentido de manterem-se firmes na luta colectiva.

Daniel Neto, lamentou as agressões e prisões que as camponesas vêm sofrendo por orientação de invasores que ostentam cargos de destaques na gestão política e militar do país, embora que, até o momento, os órgãos competentes permanecem em silêncio.

Recentemente, Daniel Neto revelou que a comunidade registou a morte de três camponesas, devido a demolição das suas residências por uma força mista constituída por efectivos da Polícia Nacional (PN), Forças Armadas Angolanas (FAA), Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) e Fiscais da Administração Municipal do Talatona, devido a disputa de hectares de terra entre supostos oficiais superiores com camponesas da empresa “Konda Marta”.