Luanda - Estimado pré-candidato António Venâncio, queira aceitar os protestos de elevada estima e fraternal consideração. Tomei conhecimento do seu escrito onde me acusa de desrespeito e ataques contra o MPLA e a sua pessoa, em particular, por intermédio de um texto publicado por mim, com título, MPLA EM CRISE DE AUTORIDADE. Quero dizer-lhe o seguinte: está completamente fora de questão qualquer movimento fora do espectro do debate respeitoso e consequente. Entendo que, quanto mais democrático for o País, maior será a probalidade de desenvolvimento e, por conseguinte, a realização da vida dos angolanos. Não tenho e nunca tive qualquer pretensão em apostar na leviandade discursiva ou servir de porta voz de qualquer grupo de interesse. Ou seja, as minhas opiniões não são vinculativas.
Fonte: Club-k.net
Também não as tomo como verdades absolutas. Aliás, são apenas e só resultado de observações de um homem falho como qualquer ser humano, com a ressalva de um comprometimento com o bem comum. Se me permitir, gostaria de dialogar e abordar, concretamente, aspectos enunciados por mim, no escrito, para aferir se realmente excedi-me ou haverá qualquer distorção na interpretação do escrito. O que se passou afinal? No âmbito do meu habitual exercício de cidadania, escrevi um texto, chamando atenção ao MPLA, porque, ao meu ver, o facto do militante Valdir Cónego (de quem tenho muito respeito e consideração), membro do Comité Central ter afrontado o Presidente aquando de uma entrevista à Rádio MFM, um dia antes do tão propalado Congresso Extraordinário, é(ra) para mim um indicador conclusivo de que a autoridade política do Presidente estava a ser colocada em causa.
A autoridade de um líder reflecte-se automaticamente na organização. Nomear um governador que diz na sua primeira intervenção pública que vai governar com os animais, o outro que diz que não tem projectos concretos para a província (mas tem verbas previstas no OGE), ou ainda um terceiro que afundou literalmente a organização juvenil do partido, diminui drasticamente a autoridade de quem lidera. Porquê? Porque num universo centenas de quadros brilhantes e disponíveis, o líder optou pelos menos capazes. Isso não é só mau, é mesmo ruim. Mas, como disse, essa é a minha percepção.
Ora, para explicar a minha percepção, tinha de contextualizar os leitores, e foi aí onde possivelmente teria mencionado o digno Engenheiro, nos seguintes termos: “É evidente que nenhum dos candidatos a candidatos reúne condições políticas e estatutárias para criar tanta desordem“. Sinceramente, não vejo como poderia ter lesado a sua honra ou reputação. De qualquer modo, e considerando tal possibilidade, queira receber os meus votos de alta estima e fraternal consideração.
Obs: Só hoje, dia 30, tive contacto com o referido escrito.