Luanda - Paulo de Carvalho é acadêmico e político. Recentemente foi convidado pelo jornalista José Rodrigues para açucarar o seu “Café da Manhã” na Luanda Antena Comercial (LAC). Fê-lo com obviedades ululantes que muito se assemelham à fábula do andrajoso que fala do nu. Há quem defina a entrevista como tendo sido corajosa e pedagógica. Honesta e desapaixonada. Cada um decide por si. Cada um sabe de si!
Fonte: Club-k.net
Paulo de Carvalho afirmou sem tergiversações que a popularidade do MPLA está muito baixa. Está seminu em termos de popularidade. Dito de outro modo: O nível de aceitação do partido no poder - parafraseando o jornalista e cronista Salas Neto - nunca esteve tão rasteiro como agora, em razão da governação desastrosa do País que vem fazendo nesses anos todos.
Paulo de Carvalho mostrou que não é um “biruta ideológico”. Mas disse o que o País inteiro já sabe e o que muitos militantes pensam em silêncio. Quando o MPLA assumiu o poder em 1975 tinha noventa e nove vírgula nove porcento do apoio popular. O MPLA era o Povo e o Povo era o MPLa. Hoje a realidade é diametralmente oposta.
O MPLA tem de despertar do torpor em que se encontra. Tem de se reformar e readaptar-se aos tempos hodiernos com o fito de reconquistar a confiança do eleitorado. Tem de se preparar para os desafios contemporâneos. Os últimos oito anos têm sido os menos bons da História do MPLA. A condução do partido é comparada a de um recém encartado que não domina os sinais de trânsito. Os militantes com dois palmos de testa discordam da forma como o partido tem sido conduzido.
A corrupção no seio do partido é uma realidade insofismavel. O tráfico de influência, nepotismo, amiguismo e até favores sexuais também. O primado da subserviência, no seio do partido, sobrepõe-se ao da competência. Privilegia-se a mediocridade em detrimento da proficiência intelectual e política de militantes que, por dignidade, se recusam a compactuar com a sorte de abuso e promiscuidade que grassa presentemente no seio do MPLA. Estes são proscritos ou postos na prateleira com o seguinte carimbo: “Não é de confiança!”.