Luanda - A situação socio-económica de Angola degrada-se dia após dia. A falta de paz no bolso e no prato do cidadão comum, excepto os "angolanos de primeira", que estão mergulhados no mar da corrupção ou descaminho do erário.

Fonte: Club-k.net

Na generalidade, os problemas sociais, como pobreza, desemprego, educação deficitária, desigualdades sociais e acesso a serviços básicos, agravam-se de forma assustadora. Aliás, para muitas famílias angolanas, fazer três refeições ao dia é um luxo.

Apesar destes, e outros, desafios que o governo angolano demonstra incapacidade de resolução, tudo indica que continua em marcha a construção do novo satélite de observação da Terra, vulgo AngoSat-3, orçado em 225 milhões de euros.

O novo satélite angolano foi concebido com "intuito de fortalecer o desenvolvimento económico e tecnológico do país". Porém, este investimento revela que o Executivo continua a cometer os mesmos erros: definição de prioridades e ineficácia das políticas públicas.

Ora, vejamos! A caminho do terceiro ano do lançamento do AngoSat-2, os angolanos continuam a ver no binóculo os benefícios do milionário investimento, que apenas engordou a dívida pública. O satélite, que custou 320 milhões de dólares, foi projectado para trazer vários ganhos para Angola e para o continente africano, com realce para redução do preço das telecomunicações, expansão dos serviços às zonas reconditas do país, estudo e fertilização de solos e o combate às pragas, entre outras valências.

Paradoxalmente, apesar dos ganhos do AngoSat-2 continuarem no papel, ou seja, os resultados não são palpáveis aos olhos dos cidadãos, o governo despesista inverte as prioridades e insiste na construção de mais um "elefante branco", num país que ainda tem problemas de base como paludismo, cólera e uma pobreza extrema galopante.

Portanto, são medidas como estas que demonstram que o Executivo anda em contra-mão dos anseios e clamor da angolana, sobretudo, num contexto em que se vislumbra o agravamento das dificuldades do sector social e económico em 2025, tendo em conta as despesas e receitas previstas no Orçamento Geral do Estado.