Luanda - Quando há 50 anos, exactamente em Janeiro de 1975, foi assinado o Acordo de Alvaro para a Independência de Angola, entre Portugal e os três Movimentos de Liberação de Angola, havia já a forte convicção de que o poder em Angola seria transferido para o MPLA.

Fonte: Club-k.net

Na base desta acersão estavam as afinidades ideológicas e culturais existentes entre os elementos da Junta de Salvação Nacional e o movimento acima referenciado.


Rosa Coutinho, dirigente do partido comunista português, membro da Junta de Salvação Nacional e mais tarde, Alto Comissário para Angola, depois da demissão do último governador geral de Angola, foi enviado para Angola exactamente para colaborar com o MPLA, na materialização do projecto que garantisse a continuidade dos interesses coloniais numa Angola independente.


Aliás Rosa Coutinho viria a revelar mais tarde numa entrevista, o que acima ficou dito, ao declarar: "O MPLA é de entre os Movimentos de Liberação de Angola o único que possui gente que gosta de beber vinho tinto e comer batatas com bacalhau."


"As raizes da cultura portuguesa estão no MPLA."- fim de citação. (A entrevista a que me refiro está disponível no You Tube e pode ser consultada)


Portanto, toda a acção do Alto Comissário português em Angola durante a sua missão antes da independência, visou favorecer o MPLA.


Começou por facilitar o Acordo entre o MPLA e os Grupos Especiais, vulgo GE's, aquelas unidades especiais das forças portuguesas que combatiam contra os Movimentos de Liberação. Neste contexto, a entrada em cena dos ex-gendarmes katangueses foi decisiva para o MPLA expulsar os adversários de Luanda. .
O Alto Comissário facilitou ainda o acesso às armas e recursos financeiros adicionais ao MPLA.


Ao fazermos um balanço do que foram os 50 anos de independência, chega-se facilmente à conclusão de que a liderança do país, durante todo esse tempo serviu com sucesso uma agenda contrária aos interesses dos angolanos.

Os angolanos ficaram mais pobres hoje do que no tempo colonial.

Entretanto, um olhar atento diz-nos que Portugal foi sem dúvidas, o destino da grande maioria dos recursos financeiros roubados do erário pelo "stablishment" angolano ao longo de décadas.


Face ao que acima ficou dito, os patriotas angolanos são convocados a assumirem as suas responsabilidades perante os disafios que a situação actual do país nos impõe.

Mudar o rumo do país é o grande desafio que os cidadãos angolanos terão numa perspectiva de curto termo, isto é até 2027.

O país precisa de inaugurar uma nova era. Um novo ciclo de governação patriótica e ao exclusivo serviço de Angola e dos angolanos contra todas as formas de neocolonialismo, sem prejuizo para a cooperação internacional, desde que os interesses de Angola e dos angolanos sejam preservados e sejam sempre considerados relevantes.

O partido que (des)governa o nosso país há 50 anos procurará dividir a oposição, criando e ou promovendo novos actores políticos para a batalha eleitoral de 2027, apenas com o fito de dispersar votos e perpetuar-se no poder.


Depois de 50 anos de sofrimento, os angolanos amadureceram o suficiente para poderem perceber de que lado está o seu interesse.


Os cidadãos angolanos sabem hoje que só uma VOTAÇÃO EXPRESSIVA a favor do candidato da oposição que represente de facto a RUPTURA com o passado, garantindo, no entanto, uma transição tranquila, responsável e capaz de trabalhar com TODOS por uma Angola melhor para todos os seus filhos.


Ora, quando em 2019, Adalberto Costa Júnior lançou a sua candidatura ao cargo de Presidente da UNITA, por ocasião do seu XIII CONGRESSO, teve a coragem de incorporar na sua Moção de Estratégia a necessidade da criação de uma ampla Frente constituída por patriotas angolanos com o propósito da realização da alternância do poder em Angola.


Com o aval da Direcção Suprema do seu partido, o executivo saído do Congresso, no entanto repetido em 2021, deu corpo à ideia que evolui para um modelo de AGREGAÇÃO, a FPU que em abono da verdade, fez história nas eleições gerais de 2022, tendo obrigado o regime a usar da "maneira forte" para impedir o seu fim.
Portanto, a Frente Patriótica Unida é para todos os efeitos uma estratégia da UNITA.


Diz-se que não se muda uma estratégia e ou um team que ganha, aliás, mais do que uma plataforma eleitoral, a Frente Patriótica Unida é uma verdadeira Frente de Resistência pela defesa dos interesses do nosso grande, rico e belo país.


Nestas circunstâncias, a Frente Patriótica Unida é uma iniciativa que deve ser mantida, salvo decisão contrária do XIV Congresso do partido a ter lugar ainda este ano.