Luanda - A JURA realizou o seu II Congresso Ordinário num clima de bastante abertura democrática, responsabilidade, comprometimento e visão. Durante o conclave que reuniu centenas de delegados idos das bases da organização juvenil da UNITA nas 18 províncias e no exterior do país, foram discutidos assuntos que têm a ver com a vida interna da organização, revistos os documentos reitores e eleito o novo secretário-geral .


Fonte: UNITA


ImageMfuca Fuakaka Muzemba é o novo homem forte da JURA. Foi eleito com 176 votos correspondentes a 61,1% de um universo de 288 votos validamente expressos, durante a segunda volta, que disputou com Adriano Sapiñala, o segundo mais votado na primeira volta. O recurso à segunda volta previsto nos regulamentos da comissão eleitoral para o II Congresso da JURA, afigurou-se incontornável, em virtude de nenhum dos quatro candidatos ter somado o número de votos suficientes 51+1% dos votos para ser considerado eleito secretário-geral da JURA. Assim, Osvaldo Júlio que amealhou 22,23% dos votos e Elda Matos com apenas 3,8% deixaram o caminho aberto para disputa serrada entre os dois “rivais” mais votados da primeira volta, ou seja, Mfuca Muzemba com 40,64% e Adriano Sapiñala com 32,58% do universo de 310 votos depositados nas urnas.

 

Apesar de Osvaldo Júlio ter convidado os seus eleitores a votarem a favor de Adriano Sapiñala na segunda volta, o favoritismo de Mfuca Muzemba prevaleceu e na madrugada do dia 19 de Julho de 2010, o jovem de 29 anos, natural de Luanda, até então conhecido apenas como líder estudantil e pela sua participação em movimentos sociais, sagrou-se o 13º dirigente da organização juvenil da UNITA, em 36 anos de existência.

 

Mfuca Muzemba vai seguir as pegadas de Elias Salupeto Pena, Eugénio Ngolo Manuvakola, Oliveira Ngolo, João Elavoko, Paulo Lukamba Gato, Aurélio João Evangelista “Kalhas”, Marcial Dachala, Armindo Kassessa, Piedoso Chipindo Bonga, Américo Chivukuvuku, Álvaro Chikuamanga e Liberty Chiyaka, que dirigiram a organização juvenil da UNITA.

 

De referir que durante a campanha e todos os passos que conduziram à realização do II Congresso da JURA, foi possível aferir que os quatro candidatos, (Adriano Sapiñala, Elda Matos, Osvaldo Júlio e Mfuca Muzemba) reuniam condições para substituir Liberty Chiyaka no cargo de secretário-geral. Aliás, o próprio Liberty Chiyaka afirmou numa das suas intervenções que teria perdido uma rica oportunidade se tivesse aceitado conselhos que apontavam para a sua recandidatura.

 

Como é óbvio, a existência de quatro candidatos pressupunha a existência de correntes de opiniões, favoráveis a uns e desfavoráveis a outros. Houve quem defendesse Adriano Sapiñala como candidato favorito, dado o tempo que milita na UNITA e na JURA. Outra corrente foi dos que julgavam que Elda Matos tinha razões sobejas para vencer a corrida. Houve ainda quem torcesse a favor de Osvaldo Júlio, por entender que os anos que esteve na direcção provincial da JURA, em Luanda e no executivo nacional lhe tinham conferido algum crédito, para se catapultar para a estrutura central da organização juvenil. Sobre Mfuca Muzemba pendiam duas correntes em disputa, a dos que achavam que o seu reduzido tempo de militância nas fileiras da UNITA e o pouco conhecimento da máquina reduziam as possibilidades de se tornar o “patrão” da JURA e dos que olhavam para as faculdades e o prestígio do jovem como um potencial capital que lhe conferia a chance de chegar ao cadeirão máximo da organização juvenil da UNITA.

 

Para acompanhar o II congresso da JURA, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva indicou o secretário-geral, Abílio Kamalata Numa, para dirigir uma comissão específica integrada por altos dirigentes, como Adalberto Costa Júnior, Piedoso Chipindo Bonga, Azevedo Kanganje de entre outros.

 

Com esse gesto a direcção do partido procurou equidistanciar-se, evitar interferências num acto que só aos jovens dizia respeito. Porém, individualmente cada um dos membros da cúpula usufruiu da liberdade e do direito de ter opinião em relação ao que se estava a passar e de posicionar-se segundo as correntes acima referidas.

 

Mas a palavra final que veio determinar quem deve conduzir a JURA nos próximos quatro anos, essa decisão só cabia aos delegados ao II Congresso, que entre os quatro concorrentes, escolheram Mfuca Muzemba, um jovem que não obstante estar nos seus primeiros anos de militância na UNITA, promete dar o seu contributo para a realização das aspirações mais profundas do povo angolano.

 

A eleição de Mfuca Muzemba inaugura uma nova era na vida da organização juvenil da UNITA, por ser a primeira vez que a JURA tem o seu destino entregue nas mãos de alguém que é natural de Luanda e tem as suas origens na tribo kongo. É, portanto uma mensagem de que na UNITA há oportunidade para todos singrarem na vida, bastando para tal defender os princípios fundamentais do partido, respeitar e cumprir escrupulosamente os estatutos, ter dedicação e empenho ao trabalho.

 

Foi assim que Smarth Gaston Chata e Daniel Muliata do Moxico chegaram a ser vice-presidentes da UNITA. Foi pela via do trabalho e competência que José Ndele, Tony da Costa Fernandes e Miguel N’zau Puna, todos de Cabinda assumiram importantes cargos na UNITA. Foi pelo seu empenho e entrega à causa defendida pela UNITA que António Sebastião Dembo, Joaquim Ernesto Mulato, André Pindi, Mártir Correia Victor, Fernando Dito, Honório Van Dunem e outros quadros não umbundu chegaram a ocupar importantes cargos na hierarquia da UNITA. Portanto, as promoções ou ascensão a altos cargos na UNITA estiveram e sempre estarão relacionadas à competências e nunca a favores.

 

Neste último congresso ficou demonstrado que nascer na UNITA e o longo tempo de militância, por si sós, já não são atributos suficientes para convencer o eleitorado interno. É preciso mais do que isso, boas ideias, bons programas e bons argumentos na defesa das propostas, e, sobretudo contar com um contexto político favorável.


Por tudo que nos foi dado a ver e pelas reacções da sociedade, é justo afirmar de viva voz que o congresso da JURA foi um autêntico sucesso de que se devem orgulhar todos os seus partícipes. A UNITA e a JURA, sob direcção do presidente Isaías Samakuva colocaram com esse evento mais uma pedra no grande edifício de democracia em construção no país.


Vamos esperar que a nova direcção da JURA com Mfuca Muzemba à testa trabalhe em pleno para a concretização dos programas aprovados em congresso, visando unicamente a satisfação das mais legítimas aspirações do povo angolano.