Luanda - O ilustre General Numa veio revelar-nos um segredo de Estado! Quem diria que a política em Angola é um grande negócio? Obrigado pela informação, General, mas o povo já sabia! Aliás, a política aqui não é apenas um negócio, é uma versão VIP da economia informal – aquela onde tudo se vende, menos soluções para o país.
Fonte: XAA
Se 80% da economia angolana é informal, a política não poderia ficar atrás. E quais seriam as características de uma Política Informal? Segurem-se, porque o mercado paralelo do poder tem regras próprias!
1. Licença para Governar? Não Precisa!
Na economia informal, o vendedor de rua não precisa de alvará, e na política informal, o governante também não precisa de competência. Basta um bom padrinho e um discurso reciclado. Se funciona para vender tomate, por que não para vender promessas?
2. O Preço da Política é Negociável
Assim como o preço da banana varia consoante a hora do dia, as decisões políticas também. Quer um contrato público? Depende do seu poder de negociação. Um favor na Assembleia Nacional? O preço é um lugar na próxima lista eleitoral. Tudo tem um custo – menos a dignidade, que já foi liquidada há tempos.
3. Crédito Eleitoral: Vote Agora, Cobre Nunca
Na economia informal, há quem venda fiado. Na política informal, os políticos vendem promessas fiadas. O eleitor paga antecipadamente com o voto e, depois, fica a ouvir o eco de discursos vazios. Não há garantia de reembolso, nem serviço ao cliente.
4. Lei? Só Para Incomodar a Concorrência
Os comerciantes de rua correm da polícia municipal, mas os políticos informais não precisam fugir. Eles são a polícia! As leis existem, mas só se aplicam aos adversários. Quem está no poder tem um passe vitalício para fazer o que quiser – sem fiscalização e sem recibo.
5. Concorrência? Só Para Inglês Ver
No mercado informal, novos vendedores enfrentam dificuldades para ocupar espaço. Na política informal, partidos pequenos são como zungueiras em ruas vigiadas: são tolerados até certo ponto, mas se começarem a atrapalhar, levam cacetada.
6. Qualidade do Produto: Inexistente
Num mercado informal, pode-se comprar um telemóvel e descobrir que era um tijolo dentro da caixa. Na política informal, o eleitor vota esperando desenvolvimento e recebe discursos motivacionais em troca. Quem reclamou que a estrada estava cheia de buracos? Aqui está uma nova rotunda!
7. O Mercado Nunca Fecha
Ao contrário do comércio formal, que tem horários, a política informal funciona 24h por dia, 7 dias por semana. Há sempre um esquema em andamento, uma promessa a ser leiloada e um eleitor distraído pronto para ser enganado novamente.
Portanto, assim segue o grande bazar da política angolana, onde a clientela é fiel, mas o produto nunca melhora. Agradecemos ao General Numa pelo alerta, mas o povo já percebeu que a política, por aqui, não passa de um mercado paralelo onde o único imposto cobrado é o sofrimento da população.
Por: Denilson Duro