Luanda - Cinco agentes da Polícia Nacional, vestidos a paisana, fortemente armados, irromparam, na sexta-feira, 30 de Julho,  às 17 horas, em disparos numa residência, na rua da Gaula, no bairro do Hoji ya Henda, em Luanda, para prender jovens que se encontravam a divertir-se.


Fonte: Club-k.net


Os policiais faziam-se transportar numa viatura de marca Toyota Hiace de cor azul e branca. Alegaram estar ali em resposta a uma denúncia de que o local era utilizado para a prática de violações e outros crimes e como esconderijo para armamento, informação prontamente desmentida pelos moradores, uma vez que a referida residência até é guarnecida por pessoal afecto a uma empresa de segurança privada, que apenas naquele dia esteve ausente.


No momento da detenção um dos agentes ainda contrariou o outro pela forma como agia na medida em que os jovens, atónitos pela presença deles no local, nem sequer ofereciam resistência. Dois jovens, um rapaz e uma rapariga, foram soltos no momento porque um membro da família deles, que é policia, apareceu na hora em que eram recolhidos.

 

Os demais, em número de oito, foram levados para a esquadra policial da comuna do Hoji ya Henda, onde ficaram encarcerados até às 10 horas de hoje. Na esquadra, o oficial de serviço atribuía a responsabilidade a pessoal afecto a investigação criminal, que não tinha qualquer representante naquela unidade.


Os familiares procuraram saber exactamente o que se passava, já que os miúdos foram soltos sem sequer terem sido ouvidos, e ninguém estava em condições de responder.

 

Questionaram sobre que aconteceria se um dos jovens morresse por acção dos disparos. “ Se por cada denúncia recebida eles agirem assim, não sei onde é que vamos parar, pois pensava que a missão da polícia fosse garantir a nossa segurança?” disse João António, familiar de um dos visados.