Luanda - Excluir Holden Robert e Jonas Malheiros Savimbi, das medalhas comemorativas do quinquagésimo aniversário da nossa independência, é desestruturar os princípios históricos dos quais, a luta da independência de Angola esteve ancorada em três movimentos de libertação, nomeadamente a FNLA, MPLA e a UNITA.
Fonte: Club-k.net
O levantamento nacionalista de Baixa de Kassange deu-se a 4 de Janeiro de 1961 nos campos de algodão de Malanje. Este acontecimento esteve intimamente ligado com o fenómeno revolucionário em toda África, pois a década de 60 vai ser conhecida como ano das independências em África, já que neste período conheceu-se a independência de vários países africanos, influenciados pelo sentimento nacionalista do Pan-Africanismo.
Na manhã do dia 4 de Fevereiro, um mês depois dos acontecimentos da Baixa de Kassange, entre 100 e 200 heróis com catanas, quebraram as algemas e atacaram a Prisão da PIDE de São Paulo e a Casa de Reclusão de Luanda. Ainda no mesmo ano, a 15 de Março, os nacionalistas desencadearam uma série de ataques sem precedentes que em poucos dias se estenderam na maior parte das fazendas de café, nos centros comerciais e postos administrativos dos portugueses, em todo norte de Angola.
Estes ataques enfraqueceram o exército português, que viria a desistir na continuidade do território angolano 14 anos mais tarde, especificamente em 1975. Esta exclusão representa o sentimento paternalista do MPLA à história de Angola, marginalizando os seus adversários que jogaram um papel preponderante na libertação.
A Assembleia Nacional perdeu a soberana oportunidade de exercer a verdadeira reconciliação nacional, afastando as pessoas por mérito próprio, terem contribuído assaz para o fim do jugo colonial no nosso território. As gerações vindouras precisam estudar a real história de Angola e os seus protagonistas.
Os acontecimentos históricos de uma determinada região, devem ser unânimes, sob pena de serem analisadas na perspectiva partidária como acontece hodiernamente em Angola, recomenda-se por isso, uma agenda nacional que vise gizar uma verdadeira história, política, economia, cultura etc com todas as sensibilidades. A acontecer o país sairá a ganhar, pois nenhum partido é eterno a governar, que tenhamos como exemplo o Império Romano, Otomano e Cartago.