Luanda - Quase sempre vejo e ouço falarem de programas sustutáveis voltados a tecnologia e inovação, agora até já virou moda! Quase todas as instituições públicas, ou com parceria pública, estão ligadas a um destes programas de incubação e inovação.
Fonte: Club-k.net
Será a nova forma que os vijús encontraram para retirar dinheiro nos cofres do Estado a pretexto de que estão a ajudar a juventude e a economia, argumentando que estes programas são inovadores e sustentáveis e estão alinhados às temáticas transversais do Plano de Desenvolvimento Nacional ( PDN)? Ou é mesmo ignorância por parte desta gente, em que os benefícios pessoais ou de grupos serão apenas consequências?
Hora vejamos, o que é algo sustentável:
O conceito de sustentabilidade é de alguma coisa que se consegue manter, conservar, defender -se, ou que tem condições para se sustentar.
Quais são às temáticas transversais do Plano de Desenvolvimento Nacional (PND):
Sustentabilidade, empregos, aumento da receita fiscal, Reconversão da Economia Informal, Aumento da Produção, e substituição das importações.
Lá mais abaixo iremos ver se de facto há um alinhamento, e se estes programas inovadores e tecnológicos são sustentáveis!
Quero antes dizer, que não sou contra a tecnologia e inovação. Apenas sou contra a forma que está sendo feita, está se priorizando o mais rápido e fácil, sem ter em conta a base. Tenho plena certeza de que se não fizermos a correção agora, mais tarde teremos que fazer. E será a segunda vez na história do nosso país.
De forma resumida, como é que um negócio pode ser sustentável e alinhado ao PDN, se o empreendedor ou empresário vende em kwanza, mas paga alguns serviços em divisas?
Mais de 20 anos depois, Angola está a consertar um erro que cometeu, que custou caro e ainda custa muito caro a nossa economia.
Por falta de refinarias sediadas em Angola, vendiam e vendem os combustíveis em kwanza, mas a refinação paga- se em divisas.
Na altura, o surgimento de bombas a nível das 18 províncias do nosso país, era uma alegria, pois gerava muitos postos de trabalho. Mas em contrapartida pesava a nossa economia, pois aumentava o consumo de um produto que se vende em kwanza, mas a refinação é e era paga em divisas. Se não fosse a intervenção do Estado a compensar e suportar o que os empresarios deviam pagar para comprar novamente o produto, por esta altura, não existiria mais nenhuma bomba de combustivel a funcionar, ou entam os preços dos derivados do petroleo deviam atingir porporções nunca antes vista.
Felizmente, passado mais de 20 anos estamos a fazer as nossas refinarias de modos a se vender em kwanza, e também pagar a refinação em kwanza. Aí sim, torna - se um negócio sustentável, isso porque as refinarias estão sediadas aqui o Estado é aliviado, e os empresarios assumem o seu papel. Para além de empregos e dos serviços que as refinarias irão prestar e necessitar, também irão contribuir através do pagamento de impostos. Conforme as temáticas transversais do Plano de
Desenvolvimento Nacional.
Infelizmente este erro está a se repetir no digital.
As incubadoras e diversos programas estão a fomentar a tecnologia e inovação que até é muito bom. Só que ao invés de se ver a 360°, apenas estão a ver a 90°, em que os outros 90° se não forem feitos, por si só já constrituem um problema.
Hora vejamos: Após estás ideias e empresas tecnológicas e inovadoras serem criadas, em várias áreas distintas, e a nível nacional, elas precisaram ser divulgadas, para serem do conhecimento público, seus potenciais clientes.
Todos nós sabemos que há apenas dois meios convencionais de publicidades, os tradicionais (Televisão e rádio), que não estão ao alcance dos bolsos destes jovens, e o moderno ( digital), que estão ao alcance de todos.
Em meio a tudo isso, o maior problema é que Angola não tem nenhuma plataforma de publicidade digital. Por conta disso, estes jovens empreendedores e empresários encontraram as suas primeiras dificuldades logo na divulgação dos seus produtos e serviços.
Assim sendo, eles terão que se adaptar.
Primeiro passo será tratar um cartão visa, para publicitarem seus produtos e serviços nas plataformas digitais internacionais que operam no nosso ciberespaço, as únicas que aglomeraram maior número de utilizadores, que são seus potenciais clientes.
Quem não conseguir tratar um cartão visa, já está excluído de ser empreendedor ou empresário na área de inovação.
A segunda dificuldade será pagar para publicitar seus serviços e produtos para escalar, ou seja, o pagamento é em divisas, e em contrapartida, estarão a cobrar em kwanza.
Não só pela conversão da moeda, mas também pela inflação. Há uma demonstracao clara de que estes negócios inovadores, destes empreendedores e empresários jovens, terão poucas chances de sobrevivência. Infelizmente não se trata de um negócio sustentável, muito menos alinhado as temáticas transversais do PDN.
Por isso tenho estado a defender já a mais de 3 anos, a necessidade de se ver e fazer as coisas a 360° de modo a estarmos a fazer de facto negócios sustentáveis e alinhados às temáticas transversais do PDN.
Antes mesmo de se fazer ou promover estás ideias inovadoras, deve-se criar as bases. Ou seja, criar as plataformas digitais onde estes negócios de empreendedores e empresários jovens, após serem criados, serão promovidos. De modo a pagarem em kwanza, moeda que arrecadam pelas suas vendas ou prestações de serviços.