Brasil - Depois da segunda guerra mundial, Alemanha e os países vencedores daquela guerra fizeram questão de abolir as raízes do fascismo hitleriano que vitimou mais de 60 milhões de pessoas em todo mundo. E isso é o normal em toda guerra, enterrar a maldade e evitar que ela seja pretexto e motivação das mentes diabólicas não conformadas com a derrota. Todas as guerras, o início, o meio, o curso e o final da mesma têm gerado inúmeras lições a todos os seus participantes. A guerra de Angola não devia ser diferente.


Fonte: nelodecarvalho.blogspot.com


Nossa guerra terminou de tal forma em que não existe arrependimento dos criminosos e da turma dos malfeitores. Estes ainda, como se não bastasse, continuam a sentir-se no direito de vingar-se de um suposto herói e da derrota que sofreram ao longo dos anos. E a opinião pública nacional induzidos por um ideal pacifista de que “quando um não quer dois não brigam” existe a sensação de que o Estado e a nação inteira devem permitir a persistência de certas atitudes, idéias e procedimentos, no espaço e no tempo, das eternas provocações dos homens do Galo Negro. Penalizando ainda mais a vida dos angolanos por longos anos. É como se todos nós fossemos obrigado aceitar desta organização terrorista seus caprichos maquiavélicos.

 

A denúncia do Jornal de Angola, no que diz respeito ao sonho vampiresco da organização Junior de Jonas Savimbi, deveria ser levado a sério pelo executivo angolano. Para assim num futuro, “não sei quando”, evitarmos aquele desastre -ainda que seja em outro nível dimensional- que tivemos de suportar em 1992 e que levou dez anos para ser extinto. O que na verdade aconteceu pela força do tempo, mais isso, do que uma grande estratégia dos homens que hoje continuam no poder. Sem querermos aqui desmerecer o esforço, o sacrifício e a saga militar de todos aqueles que ajudaram a enterrar o Savimbismo em pessoa ou em carne e osso.

 

Não podemos ver, assim, na denúncia daquele jornal, na preocupação de José Ribeiro e de seus colegas um exagero da profissão que os mesmos desempenham. É preciso, sim, darmos consideração a tais alertas. Ainda que para isso, o objetivo, seja de simples precaução. E com certeza é isso que o Jornal de Angola pretende.

 

No que diz respeito à herança pós-guerra, a JURA e a UNITA são as piores delas, por isso nós aqui preferimos “prestar ouvidos e fazer ecos” as denúncias. Que as mesmas sirvam de barômetros ao aviso de uma possível tempestade que possa cair a qualquer momento sobre nós, ainda que a mesma tempestade venha só em forma de conflito político. E não que isso seja uma espécie de fobia e paranóia de quem que por circunstâncias da guerra habituou a ver aquele bando de terroristas gentes da pior espécie pondo em perigo a vida de milhões de angolanos. Mas na sua historia, a UNITA e os homens de Jonas Savimbi já provaram inúmeras vezes a todos os angolanos que qualquer boato no presente será notícia a ser confirmada num futuro próximo ou, ainda, que boatos podem ser transformados em espinhas encravadas na garganta de toda nação angolana.

 

Em 1991 a 1992, no período pré-eleitoral a situação era a mesma. Ninguém fazia questão de acreditar nos boatos, porque todos pensávamos que os tempos tiveram mudados e que estávamos todos cansados de fazer a guerra. Todos menos Savimbi e os seus homens. A confiança na suposta Paz era tanta que se acreditou até na movimentação pacifista de Jonas Savimbi, há quem deu crédito demasiado ao velho terrorista, que estando em Luanda, desde o Miramar, montou sua residência presidencial, dava ordens a todos, abafando os suspiros pacíficos do nosso querido Zezinho. Nesta altura, talvez, devido àquela mesma confiança, Savimbi deu-se o luxo de sair da Cidade de Luanda de baixo dos narizes de todo mundo para depois burlar e ainda zombar dos serviços secretos e militares do governo que estavam encarregados de vigiarem sua misteriosa movimentação.

 


Foi uma encenação pitoresca do homem do galo negro e daquele kwacha arrogante, uma atitude que depois passou a ser venerado por um outro kwacha não menos terrorista e famoso diante da televisão e dos meios de comunicação, o homem que declarou a somalização do país. Na verdade, a atitude, numa maneira de deboche e zombaria, foi enaltecida pelos interlocutores que estavam em Luanda. Estes como o velho no Huambo gabavam-se pela estratégia de fuga montada e a incapacidade do governo de não ter controle da saída ou movimentação de um personagem como aquele.

 

Eu prefiro acreditar nas acusações do Jornal de Angola e nas suspeitas desse mesmo jornal de que a sede de sangue Savimbista está sendo transmitida debaixo do olhar pacifista de todos os angolanos a essa seita juvenil chamada de JURA. Que de revolucionária não tem nada e de juventude só tem o sonho vampiresco de continuar a eternizar seus sonhos maléficos herdados e inspirados naqueles generais que não excitaram em seguir Jonas Savimbi para protagonizarem a guerra dos últimos dez anos.

 

A JURA e a própria UNITA são dois casos de extinção que os eleitores deveram protagonizar nas próximas eleições. Um chamado, aqui, fica para toda a nação e os eleitores desse país: Vamos fazer aquilo que os militares não puderam fazer; extinguir nas Urnas a essas duas organizações ou, pelo menos, reduzir ainda mais, ou a metade, do que hoje existe aí como representação Savimbista.


Savimbi morreu e não precisamos dele para nada!
Nelo de Carvalho; Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.