Luanda - Senhoras e senhores, aplaudam de pé! Sim, larguem já esses vossos pensamentos de crise e desesperança, porque Angola encontrou o seu Messias Económico! Norberto Garcia, o nosso visionário de bolso, aquele que, num estalar de dedos, resolveu a questão da imigração com uma equação de padaria.

Fonte: Club-k.net

Quem precisa de oportunidades, salários dignos ou serviços básicos quando se tem mil e duzentos kwanzas e um forninho esperançoso? Se a Bíblia nos fala da multiplicação dos pães, Norberto traz-nos a versão angolana: a matemática divina do carcanhol.

Vejamos: 1.200 kwanzas = 30 pães. Logo, qualquer angolano que reclame da vida é simplesmente um mal-agradecido e inimigo do progresso. Porque, se usarmos a lógica norbertiana, o futuro da economia está na padaria. Com 10.000 kwanzas mensais, um cidadão vive na plenitude do bem-estar social: acorda, come pão; almoça, molha o pão no chá; janta, olha para o pão e reflecte sobre a sua fortuna.

Mas não sejamos mesquinhos, deixemos a matemática avançada brilhar! Se mil e duzentos kwanzas dão 30 pães, quanto nos dará um salário mínimo de 70.000 kwanzas? Exactamente 1.750 pães! Um verdadeiro mar de farinha, um oceano de glúten! Um cidadão médio pode construir uma fortaleza de pães em sua casa e viver em paz, imune à inflação, aos cortes de energia e às dores da vida moderna.

E a solução para os problemas de habitação? Simples! Casas feitas de pão! Tijolos de carcaça, cimento de miolo, telhados de baguete! Afinal, a arquitectura norbertiana não conhece limites.

Saúde? Para quê hospitais quando se pode simplesmente aplicar um pão quente na testa para curar febre? E o transporte? Bem, quem precisa de transportes públicos quando se pode ir rolando numa roda de pães? Oportunidades de emprego? Ora, seja empreendedor! Abra uma pastelaria com os seus rendimentos milagrosos!

Portanto, jovens angolanos, não sejam ingratos. Abandonem essa fixação doentia pela Europa ou pelos Estados Unidos. O futuro está aqui, no Reino dos Pães, governado por Sua Excelência, o Mestre da Matemática Panificadora, Norberto Garcia.

E atenção, um aviso aos críticos e cépticos de plantão: não sejam invejosos! Não tentem refutar esta lógica revolucionária com estatísticas ultrapassadas ou dados de economistas frustrados. Angola precisa de mais Norbertos Garcias! O país só não é ainda uma superpotência mundial porque não reconhecemos o verdadeiro valor do pão como índice de desenvolvimento.

Agora, com licença, que eu vou ali calcular quantos pães preciso para comprar um Boeing 747.