Luanda - Saudamos com entusiasmo a brilhante iniciativa do Grupo Parlamentar da UNITA! Sim, porque, numa democracia madura como a nossa, onde tudo funciona às mil maravilhas, não há nada mais natural do que questionar a imparcialidade e a independência de processos tão “transparentes” como o concurso para a presidência da Comissão Nacional Eleitoral. Afinal, quem poderia suspeitar que um regulamento sem número, aprovado num dia tão especial como 5 de Fevereiro de 2025, pudesse levantar dúvidas? Deve ter sido pura coincidência!

Fonte: Club-k.net

O Grupo Parlamentar da UNITA não deixou margem para dúvidas:

"O critério de avaliação da ‘imparcialidade e da independência subjectiva do juiz’, com base na avaliação periódica de desempenho pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ), tem como fundamentos o facto de Angola ser obrigada a adoptar um Órgão de Gestão Eleitoral independente e imparcial, conforme o número 1 do artigo 17.º da Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Governação (CADEG), e a adoptar os princípios e directrizes da SADC sobre Eleições Democráticas, que obriga, no ponto 5, os Estados a criarem um Órgão de Gestão Eleitoral imparcial, profissional, independente, inclusivo, competente, responsável, apartidário e dotado de pessoal de apoio eficiente e profissional."

Mas atenção, caros senhores da oposição e demais actores políticos! Se não querem ser vistos como candongueiros políticos — sim, aqueles que se escondem atrás de discursos vazios enquanto negociam nos bastidores — talvez seja altura de acordarem do vosso sono profundo e fazerem algo mais do que aplaudir em silêncio. A imparcialidade e a transparência eleitoral não são apenas um problema da UNITA. Ou será que os outros partidos políticos estão demasiado confortáveis, a desfrutar das migalhas do banquete político, enquanto fingem que vivem numa democracia plena?

 

O apelo está feito: se não quiserem passar a imagem de meros figurantes num teatro mal ensaiado, talvez seja altura de erguerem a voz. Ou então, assumam de uma vez o vosso papel e peçam oficialmente a carteira de afiliados do clube dos conformistas. Afinal, sempre podem justificar o silêncio com aquela velha desculpa: “não queremos agitar as águas.”

Mas cuidado! Quem fica quieto demais num barco instável pode acabar a remar para trás sem sequer perceber.