Luanda - A Presidência da República apenas hoje, quinta-feira, lamentou a morte do General Alberto Correia Neto, ocorrida há mais de uma semana. Antigo membro do Bureau Político do MPLA, último chefe do Estado Maior Geral das FAPLA (1991-92) e embaixador de Angola na Alemanha, Alberto Neto faleceu no dia 11 de Março, aos 74 anos de idade, em Madrid, Espanha, onde fazia tratamento médico. Alberto Neto foi comissário político e entre 1986 a 1991 comandou a Força Aérea Popular de Angola/Defesa Anti-Aérea.

Fonte: Club-k.net

Foi embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola no Brasil de 2000 a 2006. Durante oito anos (2011-2019) ocupou a mesma função na Alemanha.
Tomada por preocupações que, por certo, lhe pareceram mais importantes, nomeadamente, impedir a entrada de entidades estrangeiras convidadas para participar de um debate sobre a democracia e os zigue-zagues do M23 sobre se viria ou não a Luanda, a Presidência da República “esqueceu-se” ou não tomou a morte do falecido general como assunto merecedor da sua imediata atenção.


Numa mensagem de condolência, colocada na conta da Presidência da República no Facebook quase ao fim da manhã desta quinta-feira, o Chefe de Estado qualifica o falecido como “um homem íntegro, que dedicou toda a sua vida a servir os interesses da Pátria angolana”.


Na mensagem, que não é datada, João Lourenço diz curvar-se perante a memória de Alberto Neto e expressa “as nossas condolências à família enlutada, a todos os amigos e companheiros da sua longa e digna trajectória de vida”.

A tardia reacção do Presidente da República à morte de um antigo companheiro de armas pode, em parte, explicar o seu descaso para com a generalidade dos angolanos.

Quem não é empático com seus companheiros, dificilmente o será com pessoas que não lhe são próximas.

Essa falta de empatia para com os seus próprios concidadãos pode ajudar a compreender o seu fracasso nas negociações para o fim das hostilidades militares na República Democrática do Congo.

Se o Presidente João Lourenço é geralmente indiferente ao sofrimento dos angolanos, dificilmente teria arte e magia para ser bem-sucedido na hercúlea empreitada de pacificar a República Democrática do Congo.

A União Africana, que lhe atribuiu, antes do fim do jogo, o título de campeão da paz pode estar a ponderar a retirada da distinção.