Luanda – O regime angolano tem intensificado uma campanha contra a UNITA, com o objetivo de desestabilizar o partido e enfraquecer a oposição em geral. Fontes indicam que a estratégia atual é marcada por maior rapidez e métodos mais agressivos, refletindo a preocupação do regime com o crescimento da popularidade da UNITA, vista como uma ameaça ao poder estabelecido.
Fonte: Africa Monitor
Entre as ações destacadas está a tentativa de afastar Adalberto Costa Júnior (ACJ) da liderança da UNITA e impedir que Liberty Chiaka, líder do grupo parlamentar do partido, o substitua. Para isso, o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) teria fabricado um plano de golpe de Estado, apresentado como acusação judicial, com o objetivo de criminalizar ambos e inviabilizar as suas candidaturas à presidência da UNITA no congresso previsto para dezembro de 2025.
O julgamento, realizado no Huambo, foi criticado por falta de transparência e alegadas ilegalidades. A escolha do local teria como objetivo reduzir a visibilidade do processo, que ocorre simultaneamente a outro julgamento em Luanda envolvendo figuras do período do anterior Presidente da República, acusadas de corrupção.
A UNITA, sob a liderança de ACJ desde 2019, tem registado um aumento significativo de popularidade, atribuído à coragem política do líder e ao descontentamento da população com o regime. Manifestações de apoio a ACJ, especialmente durante a sua recente digressão pelo Leste do país, foram descritas como "gigantescas" e incluíram críticas de autoridades tradicionais ao governo.
Além disso, o regime tem adotado medidas para enfraquecer a coligação da oposição, Frente Patriótica Unida (FPU), como a inesperada legalização do PRA-JA Servir Angola e a suspensão de mandatos de deputados independentes ligados ao partido.
A campanha contra a UNITA e os seus líderes tem gerado preocupações sobre possíveis reações negativas da sociedade, alimentadas por sentimentos de "orfandade" em relação a ACJ, visto como um defensor dos descontentamentos populares.