Luanda - O secretariado do Comité Permanente da UNITA tomou a dianteira, ultrapassou o Comité Central do MPLA pela direita e propôs o seguinte: A condecoração do pai do Presidente do partido no poder e da República, no âmbito das comemorações do quinquagésimo aniversário da Independência Nacional.
Fonte: Club-k.net
Pretexto: A contribuição de Sequeira Lourenço para a recente história política de Angola. O nome de Sequeira Lourenço figura numa lista apresentada por um órgão do partido arquirrival do MPLA.
O Comité Central do MPLA não faz o agrado ao presidente do partido? Não há problema. A UNITA encarrega-se. O Galo Negro dá o peito pelo MPLA, ajoelha-se e beija a sua mão. Sequeira Lourenço é descrito como um intelectual engajado na luta de libertação de Angola contra o colonialismo português, tendo alegadamente actuado nas fileiras do MPLA. Foi perseguido e preso por causa das suas posições políticas. Agora, será homenageado sob proposta da UNITA. Uma proposta fora de época. Uma medalha alegadamente estranha à sua família política.
Estou zonzo. Estou a leste do que se passa. Falando depressa e bem: Estou mais perdido do que um cego no meio de um tiroteio em Kalomahengue. Mas não estou panicado. Pelo contrário. Estou calmo. Relaxado. Aqui ninguém julga ninguém. Tenho um pastel de Belém na mão, mas não consigo comê-lo. Tal como não consigo entender por que motivo a proposta de condecorar o pai do Presidente do MPLA e da República parte da UNITA — e não do partido no poder.
Já sei: Trata-se do início de uma aliança espúria. De um jogo político de cartas marcadas. Não tarda o Galo Negro vai aliançar-se e vestir-se de vermelho. Tarde ou temprano! Falando claro: É um gesto de “puxa-saquismo” da UNITA ao Presidente do MPLA e da República. Era expectável!
Almoços grátis só na Santa Casa da Misericórdia. Em Luanda, não há disso, tanto quanto julgo saber. O “Galo Negro” de Adalberto Costa Júnior está caidinho pelo MPLA. Está muito interessado pelo negócio das medalhas. Há muito que o MPLA de João Lourenço tem a UNITA no coração. E assim vai a política doméstica angolana: Tudo à toa!
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