Luanda – O MPLA constituiu, esta semana, uma "task force" para defender a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) junto a três órgãos de comunicação social controlados pelo Estado. A equipa, composta pelos deputados António Paulo, Paulo Soma e Milonga Eduardo, foi destacada para prestar esclarecimentos sobre o caso da CNE na TV Zimbo, TPA e RNA.

Fonte: Club-k.net

O foco dos esclarecimentos do MPLA está na posse de Manuel Pereira da Silva "Manico" como presidente da CNE, um evento marcado por intensos protestos da oposição, especialmente da UNITA, o maior partido opositor. Durante a cerimónia de posse, os deputados da UNITA abandonaram o parlamento aos gritos de "Manico, não!", em sinal de rejeição à sua recondução.

 

Em reação à iniciativa do MPLA, o secretário provincial da UNITA em Luanda, Adriano Sapinala "Didi Chiwale", criticou a cumplicidade entre os órgãos de comunicação social e o partido no poder. "A nossa imprensa é um caso de estudo; o Grupo Parlamentar que protestou foi o da UNITA, mas para falar deste protesto convidam um deputado do MPLA... Onde é que se faz curso de Jornalismo? Preciso me inscrever com urgência," ironizou Sapinala.

 

A UNITA contesta a legalidade do processo que levou à reeleição de "Manico", alegando que o concurso público realizado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) violou princípios de imparcialidade e legalidade. Apesar de ter apresentado uma providência cautelar ao Tribunal Constitucional, esta foi indeferida.

 

Além disso, a UNITA critica a composição da CNE, que atribui uma maioria de comissários ao partido no poder, o MPLA, considerando-a um "golpe constitucional". A oposição também acusa Manuel da Silva de falta de idoneidade, uma crítica que já havia sido levantada durante as eleições gerais de 2022.