Luanda - Angola é o país que todos conhecemos na sua delimitação geográfica de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Moxico Leste. Angola é constituída por um conjunto de nações, reinos, tribos, micro-tribos, etnias e culturas diversas. Desde tempos de antanho que Angola suscita de todos os seus filhos um sentimento de orgulho e pertença. Querer transformar a nossa Angola numa dinastia ao estilo da Coreia do Norte ou Cuba, como é pretensão de um grupo sectário afecto ao regime do MPLA, é ousar ir até ao extremo da paciência que um ser humano pode ter.

Fonte: Club-k.net

As recentes provocações do regime traduzidas na supressão da liberdade de expressão, na repressão de manifestações e no “pacote eleitoral” à moda de Adão Francisco Correia de Almeida, circunstancialmente, Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, carregam um conjunto de leviandades e irresponsabilidades que, anuir a elas seria permitir que o País desembocasse, a qualquer momento, num caos sem precedentes.

É que, a consciência de cidadania do povo angolano maturou bastante, o que significa que é muito diferente do contexto político de 1977, 1992, 1993, 2002 e 2022. Querer persistir com tais ideias e métodos de ditadura, é tomar este povo como masoquista, o que não é verdade.

Tenho visto, com muita preocupação e sentimento de revolta, a forma arrogante e abusiva, com total desprezo e desrespeito do povo, como alguns membros do regime se têm dirigido ao país. O senhor Adão Francisco Correia de Almeida, circunstancialmente, Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, é um dos rostos lançados pelo regime para este tipo de “trabalho sujo”, prenhe de atitudes censuráveis e desrespeitosas. Pelos vistos, entre os mais de 35 milhões de angolanos, este “emproado senhor doutor” sente-se dono e senhor do país. Com ideias alucinadas, este “senhor engenheiro de fraudes eleitorais” nos toma a todos por tolos e que não entendemos patavina dos objectivos ocultos nos seus arrazoados.

Desiluda-se quem pensa que o regime esteja a lutar apenas contra a UNITA. A luta deste regime é essencialmente contra o povo, o qual procura escravizar até ao máximo. A Luta deste regime é contra a sociedade civil, contra os intelectuais e até contra os seus próprios membros a quem humilha e vilipendia constantemente sem dó nem piedade. Aliás, tal como o fez contra o próprio José Eduardo Dos Santos, que se supunha ser o seu líder emérito. Mesmo morto, afinal, este continua acorrentado e sob sequestro do grupo sectário. José Eduardo Dos Santos foi retirado e defenestrado das notas monetárias e dos cartazes do próprio partido, como se nada tivesse feito em prol do regime nos muitos anos que esteve à frente do País e da organização dos “camaradas”.

O inominado regime instalado no poder em Angola há 50 anos é dos mais cruéis, impiedosos e corruptos do mundo, superando de longe o apartheid, que imperou aqui bem pertinho na África do Sul. E quase se aproxima de muitos dos piores regimes fascistas e comunistas que o mundo conheceu. Não obstante a sua forma de repressão e asfixiamento das liberdades e direitos fundamentais, os regimes citados preocupavam-se pelo menos em garantir o mínimo de condições de sobrevivência das populações.

No dia em que tomou posse como Presidente da República e chefe do Estado angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço prestou juramento de desempenhar com toda dedicação as funções de que foi investido; cumprir e fazer cumprir a Constituição da República de Angola e as leis do Pais; defender a Independência, a Soberania, a Unidade da Nação e a Integridade Territorial do Pais; defender a paz e a Democracia e promover a estabilidade, o bem-estar e progresso social de todos os angolanos.

Entretanto, cumpridos (apenas) quase oito anos como Presidente da República, ele já fez ruir todos os alicerces do Estado Democrático de Direito e consequentemente o Estado Social que se pretende implantar no país.

José Eduardo Dos Santos, apesar do sistema de poder discricionário que teve durante o seu longo consulado de 38 anos, nos momentos cruciais, bem ou mal, conseguia identificar e controlar os “marginais” do regime. Ele detinha o controlo da máquina e soube manter uma postura de “político fino e recatado” que se apresentava aos angolanos como o “Presidente de todos”.

João Manuel Gonçalves Lourenço, no seu estilo frio associado ao cinismo demagógico, ludibriou o povo angolano com a estratégia da bandeira falsa sobre o combate à corrupção, monopólios, nepotismo e outros vícios que sustentam o regime do MPLA. Se José Eduardo dos Santos conseguiu até certo ponto, repita-se, controlar os “fora-da-lei” do regime, a verdade é que volvidos oito anos, João Lourenço se mostra diametralmente oposto. A sua governação é controlada por “marginais” que apenas pioraram tudo.

1. A corrupção aumentou;

2. Os monopólios se instalaram como nunca antes;

3. A repressão incrementou-se como nunca;

4. A teimosia, a arrogância, a petulância, o desrespeito à Constituição e as ordens superiores aumentaram de forma exponencial;

5. A falta de escrúpulos e de compostura evidenciaram-se?

6. O Presidente e o seu regime não ouvem e nem respeitam aqueles a quem deveriam ouvir.

Chegados a este ponto, podemos concluir que o regime perdeu o norte e está sem rumo. De tanto desespero, resta-lhe pendurar-se à imprensa pública e aos tribunais sequestrados, manuseando até onde pôde, as Forças Armadas e a Polícia Nacional.

Os “fora-da-lei” dentro do regime imaginam, controlam, planificam e executam estilhaçando tudo e todos. Desrespeitam a Constituição e a lei, manipulam e pisoteiam os estatutos do próprio Partido, transformam os militantes em meros “yes man”... em suma, Angola virou o país da selva em que uma casta de insolentes faz e desfaz.

Por isso, digamos todos: não a mesas móveis; sim à acta-síntese; sim ao voto com cartão de eleitor, BI e cartão do munícipe; não aos mil metros de distância da mesa de Assembleia de Voto.

Para salvarmos o país das garras de uma oligarquia, levantemos-nos todos contra o regime.

Luanda, 13 de Maio de 2025. –

Joaquim Nafoia