Luanda – O engenheiro António Venâncio, pré-candidato à presidência do MPLA no próximo congresso ordinário, publicou esta semana uma reflexão pública onde defende a necessidade de eleições livres, justas e transparentes em Angola, apelando ao diálogo político responsável e à superação da intolerância partidária.
Fonte: Club-k.net
No texto, intitulado “Eleições e Diálogo”, Venâncio dirige-se sobretudo à juventude angolana, relembrando os marcos históricos que levaram à abertura democrática do país, com destaque para a assinatura dos Acordos de Bicesse, em 31 de Maio de 1991. “Foi nessa data, numa sala da Escola Superior de Hotelaria, no Estoril, em Portugal, que o MPLA e a UNITA chegaram a um entendimento que abriu caminho ao multipartidarismo e à realização das primeiras eleições em Angola, em 1992”, sublinha.
O engenheiro lamenta, no entanto, o actual clima de intolerância política que, segundo ele, ficou patente na suspensão recente de um debate sobre o pacote eleitoral, organizado pela Ordem dos Advogados de Angola. “Foi um episódio preocupante, que revela o quão frágil ainda é o nosso compromisso com o exercício pleno da cidadania e com o diálogo institucional”, escreveu.
Venâncio também destacou como um sinal positivo o recente encontro entre o Presidente da República, João Lourenço, e o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, após três anos sem diálogo directo entre os principais líderes políticos do país. Para o pré-candidato, o reencontro é simbólico, especialmente por ter ocorrido em Maio, mês em que se assinalam os 34 anos dos Acordos de Bicesse.
“Comemorar este dia devia ser um acto patriótico de reforço da democracia multipartidária”, afirmou, defendendo que Angola deve abandonar de vez a “intrigante batalha por eleições limpas”, respeitando o direito conquistado pelos cidadãos à verdade eleitoral e à boa governação.
Por fim, António Venâncio apelou à mobilização nacional em torno do desenvolvimento económico e social, com prioridade para os serviços públicos, apoio ao sector privado e à juventude, e combate à fome e à pobreza. “Temos de começar a direccionar as nossas melhores energias para prestar ao nosso povo um melhor serviço público, respeitar os direitos dos cidadãos e realizar o homem angolano”, concluiu.