Cabinda — A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) denunciou esta segunda-feira a morte de três civis na aldeia de Mbamba, na região de Belize, alegadamente às mãos de soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA). Em comunicado assinado pelo seu secretário-geral, Jacinto António Telica, a organização separatista condena “veementemente” o que classifica como um “ato de violência gratuita” contra a população civil.
Fonte: Club-k.net
Segundo a FLEC, os civis foram executados sumariamente no dia 19 de Maio sob a acusação, “sem provas”, de colaborarem com as Forças Armadas Cabindesas (FAC), o braço armado da organização. O grupo denuncia que as ações das FAA se enquadram numa “política de terra queimada” supostamente levada a cabo pelo Governo de Luanda, visando intimidar comunidades inteiras.
O comunicado dá conta de detenções arbitrárias, deslocações forçadas e tortura de habitantes das aldeias de Mbamba, Ntangu Mbata e Mbamba Kimbuedi, apontando a atuação militar como fator de agravamento da já precária situação social da população local. “A população destas localidades vive aterrorizada e os seus direitos humanos são constantemente violados”, denuncia a FLEC.
A direção política da organização apelou ainda à comunidade internacional para que intervenha, exigindo o fim das alegadas violações e defendendo a busca de uma “solução pacífica e duradoura” para a situação do território de Cabinda, região onde a FLEC reivindica a independência desde os anos 60.
As autoridades angolanas não reagiram até ao momento às acusações. O Governo central tem reiterado que Cabinda é parte integrante e inalienável do território nacional, e que não tolerará ações que ponham em causa a soberania e unidade de Angola.