Luanda - Dois anos após a apresentação pública do projecto da Associação Solidária de Vigilância Comunitária (ASVC), os seus fundadores regressam com nova designação e objectivos renovados. A agora denominada Associação Comunitária Consciência Positiva (ACCP) será oficialmente apresentada no próximo sábado, 7 de Junho de 2025, no Campo do Progresso, no município do Sambizanga, através de uma conferência de imprensa e de eventos de homenagem.

* Elias Muhongo
Fonte: Club-k.net

A nova designação, ACCP, surge por orientação do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, que recomendou a alteração do nome anterior. A ACCP foi legalmente reconhecida e nasce com o propósito de apoiar o Governo, as Administrações locais, as Comissões de Moradores, a Polícia Nacional, igrejas e demais actores comunitários, com enfoque na promoção da segurança, da cidadania activa e do combate ao crime.

Segundo os fundadores, Walência Afonso (Presidente do Conselho de Administração) e Adão Martinho Fernandes Dias Van-Dúnem, a associação quer afirmar-se como um parceiro comunitário com consciência cívica e espírito colaborativo. “Após a nova divisão administrativa do país, foi necessário reestruturar a direcção da associação, de acordo com os estatutos legalmente reconhecidos”, afirmaram.

“Temos aguardado, há mais de dois anos, pela publicação no Diário da República para podermos actuar legalmente. O nosso compromisso é com a pátria. Surgimos no Sambizanga, somos filhos desta terra e queremos contribuir para a preservação do património e a segurança das nossas comunidades”, sublinharam.

Durante a conferência de apresentação, será realizada uma assembleia constitutiva, com a divulgação pública dos membros que integram a nova estrutura, com o objectivo de reforçar a transparência e evitar equívocos quanto à identidade dos seus representantes. O evento contará também com a presença de representantes da Administração Municipal, da Polícia Nacional, e de entidades religiosas e comunitárias.

Além da componente institucional, o evento incluirá momentos culturais e recreativos, com a actuação de grupos carnavalescos e uma homenagem especial à Soba do Sambizanga, símbolo do compromisso tradicional com a ordem e a coesão social.

“Somos obedientes e temos consciência positiva. Queremos combater os males que afectam as comunidades, em parceria com as autoridades e demais estruturas da sociedade civil”, referem os organizadores.

Desafios e perspectivas

A ACCP reconhece, no entanto, que ainda enfrenta dificuldades ao nível das infra-estruturas. A associação carece de espaços próprios para funcionar de forma plena, mas está confiante de que, com o apoio da Administração Municipal e do Ministério do Interior, será possível estabelecer parcerias que permitam criar melhores condições de trabalho e de acolhimento.

“Neste momento, estamos a criar uma agenda de acções com foco na obtenção de meios físicos e logísticos para o funcionamento adequado da associação. Depois do evento de apresentação, vamos anunciar algumas novidades e passos concretos nesse sentido”, garantem os fundadores.

Com um espírito renovado e o lema “Está a Falar e Está a Fazer”, a ACCP quer assumir-se como um modelo de organização comunitária comprometida com a cidadania, a legalidade e o bem-estar das populações, com base no trabalho voluntário, na disciplina e na consciência cívica.