Benguela - A luta de libertação e a independência nacional foram os alicerces de formação destes dois antigamente movimentos (actualmente partidos políticos). A resistência com catana e enxada na mão e conquistando cada pedaço desta terra. Ambos se entregaram de corpo e alma a vontade sublime do povo angolano. Livraram-no do jugo colonialista. Negociações… celebraram com o então “inimigo comum” o acordo que cedia o “país nas mãos do donos” acompanhada pela FNLA.


Fonte: Club-k.net


Os tugas decidiram largar o barco. O desentendimento e a desconfiança agigantavam-se e mexiam com todos. O país tornou-se uma pista de atletismo “ganha que chega em primeiro lugar “. Ocupou o posto na primeiríssima posição o Mpla que por  “forças estranhas e boas razões” excluiu os demais. Tornou o Estado monopartidario, imperou a frase “quem não é por nós é contra nós” . Aí começou a confusão e o conflito armado entre irmãos. Uma “brincadeira” que derramou sangue, bombardeou e destruiu, quase que não poupou ninguém …


16 anos após a independência,  fruto de conversações constantes o país conheceu o sabor da paz. Os angolanos expressaram a sua vontade na urna. Quando divulgaram os resultados a nossa terra voltou a mergulhar em banho de sangue, acusações dos dois lados, filhos da mesma mãe , outra vez desavindo.


Em 2002 a paz voltou definitivamente e as armas calaram-se. Angola entrou para o processo de “bem – estar irreversível”. Reconciliação e reconstrução passaram a” passear nas bocas dos políticos. Cada um deve contribuir de forma positiva para o desenvolvimento que se pretende.

 

Depois dos longos anos de História ruim e verdadeiros maus exemplos de” fazer fogo” para mostrar o poderio ou atingir os desejos carnais e loucos, agora a guerra é de ideias e de uma nova capacidade de  argumentar e persuadir. Lesa-me o peito quando os meus olhos assistem “filmes” ou lêem um” amontoado de palavras”, e os meus ouvidos escutam a mais aberrações: “ quem fez a guerra? Quem matou A ou B? Se não fosse a guerra que destruiu … Quando as discussões deveriam ser feitas de forma científica, amadurecidas politicamente. Quem em Angola desconhece os danos da guerra? Os” escolhidos” pensam ou fazem crer, como disse um deputado angolano “enquanto uns disparavam munições outros atiravam pipocas”.

 

Não estou revestido de advogado de A ou B mas sei que ambos os partidos têm ao longo da sua História manchas de sangue, maus-tratos e castigos selvagens. Isto recorda-me a lição da escola bíblica  dominical (catequese), àquela  da prostituta que podia ser  apedrejada pela multidão e Jesus perguntou “quem não tem pecado que atire a primeira pedra” mas a multidão paulatinamente desapareceu. E eu pergunto os dois partidos são imaculados?


Ambas as formações políticas possuem páginas amargas nos diários, um memorável e monumental de insucessos e sucessos. Exclusão, guerras instintivas, mortes de pessoas influentes, traições (pois alguns mais velhos disseram-me que havia situações muitos estranhas na frente, as vezes a poucos metros de capturarem o inimigo, recebiam novas ordens,” vindas do céu “, para parar o fogo. Assistiam os inimigos desmarcarem, outras vezes caiam eles próprios nas armadilhas. Do outro lado também eles sabiam de alguns movimentos… Meu filho! Os judas, são antigos e continuam até hoje…)


Ambos sempre quiseram governar os angolanos. São ou não gémeos, o Mpla e a Unita?