Benguela - 2009, foi um ano para esquecer. O mundo naufragou perante a crise económica e financeira mundial, embora no início os “papagaios “ tenham gritado que estaríamos isentos da situação com os mais brilhantes argumentos. Mais tarde renderam-se as evidências e saíram à rua a justificarem o caos em que estávamos mergulhados, com os mais coloridos discursos.


Fonte: Club-k.net


A corda rebentou e começamos a” Xinguilar” os efeitos maléficos … Fotografia reais, quase tudo estagnou: obras, investimentos, os diamantes, admissão de funcionários públicos enfim… variadíssimos projectos lindos fizeram uma paragem brusca.” Os mais optimistas do mundo” desfaleceram… Muitos eleitores não entenderam o sentido de votos (muitos tinham pensado que depois das eleições “Angola seria então um bom lugar para se viver”no entanto estavam frustrados e desesperados…).

 

Quando a crise “terminou”, a esperança renasceu e um grande alívio habitou em nós, em especial aos meus governantes. (Escrevam, este argumento servirá para justificar os insucessos nas próximas eleições). Planearam e fizeram um Orçamento Geral dos Estado que cabimentava várias despesas entre elas a admissão de um número considerável de funcionários públicos.


E no inicio deste ano, quase todos os ministérios ” abriram” concursos públicos e com a lei Nº3/10 de 29 de Março, lei da probidade pública que no seu artigo 1º “ estabelece as bases e o regime jurídico à moralidade pública e ao respeito pelo património público por parte do agente público. Então nunca houveram? Balizas estão “cerradas” e o árbitro atento. Ninguém marcaria golos com a” mão de Deus”. Na educação, Saúde, justiça, Procuradoria, tribunais enfim mais caloiros nestes sectores. Que bom! Todo processo foi executado com “rigor e profissionalismo”. Detectaram certificados falsos. Alguém se recorda? Foram apresentados os presumíveis infractores a imprensa? Como amavelmente nos habituaram… o Tribunal de Conta fez o seu papel. Os melhores foram admitidos? Como disse o outro, “ isto é Angola”.

 


Participei no encontro organizado pelo Conselho Provincial Juvenil de Benguela, com objectivo de fazer” um frente a frente”, entre os diferentes directores províncias, nesta localidade que dirigirem vários sectores como a Educação, Saúde, Cultura, Comandante provincial da Policia etc. Uma iniciativa louvável e corajosa.” Espécie de interrogatório”. Como sempre muitos mandaram os seus representantes e abriu-se o cara-a-cara. Os jovens presentes manifestaram muitas preocupações. Apenas duas intervenções marcaram a minha estadia naquele local. Levantou-se uma moça estudante Universitária, identificou-se e lançou uma frase: “ Eu sou vítima do concurso público da Educação, o meu nome saiu em todas as listas excepto na última para o semanário de capacitação pedagógica.”


E o outro disse: que a policia levou a sua mercadoria na praça e que não fez o ensino médio pois não tinha dinheiro comprar uma vaga. Actualmente é kupapata (moto-taxi).

 

Como um cidadão não acreditei, indaguei-me repetidas vezes, logo agora que a Tolerância é Zero? Será verdade o que oiço? Alguém aí também se considera vítima deste concurso público?


Fala-se a boca” pequena de icebergues” de irregularidades, o compadrio, corrupção … Depois de publicação dos últimos resultados, ouvi um programa radiofónico o jornalista perguntava aos ouvintes, se o concurso publico foi ou não justo? Duas correntes dividiam-se, os que foram admitidos ou os seus parentes e amigos disseram alto e bom som que foi justo enquanto os que não foram admitidos disseram em “uníssono” não ouve imparcialidade e aproveitaram a ocasião para desabafar. Uma voz disse “ a corrupção em Angola atingiu a” medula humana”. Será desculpa?


Gostaria que “os caloiros” ajudassem a minha Angola a desenvolver. Afinal a tolerância é um…