Lisboa – A “inédita” decisão do Presidente  José Eduardo dos Santos, em anunciar, em comunicado de imprensa que vai exonerar o seu ministro do Interior, Roberto Leal “Ngongo” esta associada a pressões que o estadista angolano teve  de sectores internacionais (Portugal e São Tome), a cerca do procedimento de agentes da DNIC, que em finais do ano passado violaram o território de São Tome para raptar,  um cidadão português Jorge Santos Oliveira.


Fonte: Club-k.net

Policia angolana invadiu São-Tome

O referido cidadão português viveu em Angola tendo mantido relação de negócios com o empresário Mello Xavier que após se terem incompatibilizado acusou Jorge Oliveira pelo destino incerto que terá dada a uma quantia de cerca de 100 mil dólares   americanos. Mello Xavier terá dado queixa a policia resultando num mandato de captura contra Jorge Oliveira.

 

Corre  que Jorge Oliveira  contava com o antecedente de ter participado num “mau” negócio, da venda de camiões Kamaz orçados em 24 milhões de dólares (comissão de 12 milhões de dólares) que  seriam para a policia nacional em Angola. Jorge Oliveira terá sido desonesto nos premeditados resultados da  operação.

 


Por alegadas razões de segurança, o mesmo seguiu  para São Tome e as autoridades policias angolanas terão tomado a sua saída como uma fuga. Em conseqüência, o  Ministro do Interior, teria  impulsionado a ida de agentes da DNIC a República de  São Tomé, que por sua vez  realizaram uma operação de rapto contra  Jorge Oliveira (Presentemente na  cadeia de Viana em Luanda.)

 

Logo após terem tomado conhecimento da “invasão angolana”, a presidência de  São Tome manifestou junto da sua congênere angolana, o seu desagrado por aquilo que consideraram  violação do seu espaço territorial. Em paralelo, uma corrente de advogados portugueses lançou uma campanha denunciando Angola e especial a figura do PR como “cabeça” do sistema.

 

Ao ser informado  do sucedido, o PR José Eduardo dos Santos  denotou embaraçado com a situação tendo convocado o seu  Ministro do Interior que reconheceu ter falhado. Em reação, destinada a não dissociar o nome do  governo de Angola ao rapto do cidadão português, o líder angolano emitiu um  comunicado de imprensa considerando a acção de ilegal por não haver  acordo de extradição entre os dois países. No mesmo documento   anunciou  que o Ministro do Interior será exonerado das sua funções.


Factos que reforçam o desagrado de JES quanto ao assunto:


- É pela primeira vez que a PR “avisa” que um determinado Ministro vai ser exonerado
- O Documento/Comunicado fala em nome do “Presidente” e não da “Presidência da Republica”
- O Comunicado saiu  num domingo, dia de isenção laboral
- A TPA repetiu o comunicado três vezes no seu  noticiário das 20h30

 

De facto, a saída de “Ngongo” já era previsível. Em finais de Agosto, o Club-K publicou em primeira mão  que o mesmo iria ser  substituído pelo general Pedro Sebastião, actual governador do Zaire. São também aguardadas mudanças no aparelho  da policia. O  comandante geral da policia, Ambrosio de Lemos, deverá  ser rendido por Fernando  Torres Vaz da Conceição “Mussolo”, actualmente em Portugal como adido de defesa.

 

Precedentes que prejudicaram o Ministro e o comandante da policia


-  Onda de assassinatos em Angola; simulando eficiencia, a policia opta por apresentar falsos elementos como se fossem os autores dos crimes
- Reativação do Esquadrão da morte; os mesmos teriam raptado e assassinado um sobrinho da primeira dama Ana Paula dos Santos
- A população deixou de ter  confiança na corporação, em depoimentos, marginais de menos de 18 anos dizem possuir armas para se defenderem da policia
- Prisões arbitrárias