Benguela - Angola é um país de grandes homens e maravilhosos feitos, embora apareça antagonias, é importante para que haja diferença na diversidade e assim se  construa a própria história angolana.

 

Fonte: Club-k.net

No tempo dos meus estudos filosóficos em Benguela, li numa das revistas publicadas Semestralmente pelo Seminário Maior de Filosofia, uma passagem (pensamento) da autoria do mais velho Pâem, (a história está a preparar um tribunal para julgar os angolanos).

 

 Ao ler esta frase, a princípio não entendia o que Ele queria dizer, por isso não me importava  muito reflectir sobre o assunto, mas agora como estudante de história me ponho a reflectir e pergunto-me: quem é que será julgado pela história? Ou quais serão julgados pela história? Serão os historiadores angolanos por omitirem factos... os chefes que gerem a política educacional... os historiadores portugueses que falcificaram muitos dados da história angolana ou então o povo, que permite que a história angolana caminhe ainda por estes caminhos sonolentos e nebulosos. Quem será julgado?

 

 A história angolana pertençe aos angolanos e só a eles cabe traçar o destino do seu património histórico. E eles talvés podem responder as barras do tribunal, caso isto venha a contecer um dia... hoje não nos negamos a reconhecer o sacrifício dos angolanos na edificação de um estado de espírito  de convivencia entre irmãos da mesma pátria, mas apesar de adimitirmos o sacrifício dos angolanos, muitos querem fazer passar a imagem que o povo não exisste, só alguns existem, só eles lutaram e só a eles ‘é devida a honra, o poder, e a gloria para sempre’ aliás só a eles deviamos chamar de herois. Mas a grande questão é onde fica o povo.

 

 O povo angolano também  deveria ser considerado como heroi, são eles que sentiram na carne os sabores da discódia, são eles que morreram todos os dias com fome, guerras, consequencias disto, continuam moribundos ainda hoje, continuando assim a morrer, depois de tantas esperanças alimentadas. É o povo que continua nas bichas dos bancos em busca dos seus salários, é o povo que anda as bichas a procura de combustível, gás: é o povo que mas sofre injustiças dos fiscais da Administração, e agentes de transito; é povo que hoje é desprezado pelo fugitivo ou pelo filho do empresário e ou chefe que na altura da quitota escondeu-se no estrangeiro a formar-se.  Seria um crime o povo andar a deriva sem que lhe seja concedida um espaço humano ao levantar o seu dinheirito no Banco, ou então em  conceder-lhe respeito em outro local público.

 

 Ó povo angolano é um verdadeiro heroi; dai que deviamos escolher um dia para o povo. – o dia do povo-; o povo sofredor e humilde e tavés susceptivel a manipulação, o povo que segue como se fossem manadas de bois, o povo que ainda não sabe o que é Angola, e se são angolanos, o povo... a pergunta repete-se quem será julgado? O povo? Acho que sim... o povo fez a guerra, e acabou com a guerra... bendito seja o povo angolano.

 

Os que desprezam o povo angolano já estão a ser julgados por continuarem no ‘‘lado errado da história’’ e mesmo assim. Pois o povo angolano precisa saber que os verdadeiros herois são eles, também a eles é devida ‘ a honra, o poder e a glora para sempre.

 

Os nossos velhos estão a desaparecer, as famosas bibliotecas estão a fechar, como poderemos aprender se os que escrevem muitos deles estão viciados, guiam-se por interesses específicos? Qual é o historiador que nos vai contar a verdade histórica de Angola, sem nos interrogarmos sobre a sua idoniedade e seriedade? Quem será? Quem será advogado do povo quem lhes vai contar a verdade histórica?

 

Pronto, o mais importante são os esforços a serem feitos para a edificação de uma Angola de todos e para todos...como estudante de história concordo que ‘a história está cheia de ensinamentos, mas os homens não querem aprender’, dai, que é preciso que a história seja ensinada e escrita sem capas, que fosse narrada nua e crua, para que os angolanos discutam e saibam aprender o que lhes identifica.

 

Ensinar História é trabalhar com identidades, com cultura e formar cidadãos com diversos papeis na sociedade segundo o historiador Rafael Bensi o ‘ensino de história não pode reduzir-se a memorização de fatos, a informação detalhada dos eventos, ao acúmulo de dados sobre as circunstâncias nas quais ocorreram. A história não é simplesmente um relato de fatos periféricos, não é o elogio de figuras ilustres. Ela não é um campo neutro, é um lugar de debate, as vezes de conflitos. É um campo de pesquisa e produção do saber ‘

 

O conhecimento da nossa história é importante, pois só ela pode nos fornecer os alicerces para entendermos o nosso futuro permitindo assim, visões diferentes, em indivíduos diferentes. Nesta prespectiva a História angolana deve ser entendida também como um processo social, onde o contributo de todos elevaria o nível de aceitação e credibilidade.

 

Toda e qualquer história tem uma finalidade e a história de Angola não pode ser excepção, senão vejamos, que MARIA CANDIDA PROENÇA no seu livro didactica de história, pagina 108, diz:

-Desenvolver a capacidade de análise e de sintese;

-Ter um espírito critico;

-Desenvolver a criatividade, sensibilidade, e a capacidade de expressão.

- Adquirir competências específicas no domínio do tratamento, classificação e análise de fontes histórica.

-Melhorar a formação cívica, visando a preparação para o exercício consciente da cidadania.

-Desenvolver atitudes de tolerância face a ideias, crenças, culturas, opiniões e valores diferentes dos próprios e em diferentes tempos e espaços.

-Contribuir para a inserção do aluno na realidade social, política, cultural que o rodeia. (...)

 

A história de Angola tem de seguir estes passos, só assim será história de verdade, pois a omissão de certas verdades e a publicação viciada e talvés a não poblicação de certas obras, pode por em perigo a veracidade da nossa identidade, em termos de factos vividos.

 

É preciso, lanço um dessafio aos historiadores, em escreverem algo sobre o povo e para o povo, pois o povo precisa saber o que é, e o que não é, porque afinal de contas’’ o mais importante é resolver o problema do povo’’. Se assim, não for pelo menos que seja: ‘’ o mais importante é ajudar o povo a resolver os seus problemas’’( Eduardo Chipilica, no artigo ’se os nossos herois ressuscitassem...’).

E isto deve ser uma luta constante e persistente e quiça contribua para entendermos que o povo é o unico heroi, visto que nos conflitos de outrora e ainda os actuais que sai a perder/e ou a ganhar é somente o povo.

 

A história de angola tem de elevar o povo angolano como os verdadeiros herois; e isto ja começou, pelo menos vemos a preocupação e exemplo do presidente da República, engenheiro José Eduardo dos Santos ao considerar o ’’povo angolano como especial’’. Bom, o desafio está lançado, e isto nºao pode não pode ser uma mera tendência estetico-estilistico. Eles são e continuarm como sublimes herois, é de notar que se isto não acontecer é um crime e pecado que a história está a cometer. O povo angolano têm de ser condecorado e para isto é preciso que haja um dia do povo, onde cada um possa mostrar os seus desejos, sua cultura, seu futuro, e todo o seu ser. Porque senão a história pode prepar um tribunal para julgar os angolanos. E quem é o angolano a ser julgado? É o povo humilde e sofredor e sem direito a um advogado.