A emissora não fecha:
Solombe Director da Rádio Despertar

A quando da nossa última intervenção no caso Rádio Despertar, julgamos estar a ajudar os nossos confrades desta emissora a pautarem por uma postura humilde (a hulmidade é uma virtude que só caracteriza o ser humano, os animais não são humildes na sua luta pela sobrevivência), que fica bem a todos, porque todos somos humanos e vivemos neste mundo onde estamos sujeitos a errar. Mais quando o erro é premeditado, e porque quando lhes foi dada autorização para montarem a sua emissora lhes foi informado quais eram as regras do jogo e mesmo assim e em plena “consciência” colocaram no ar o seu sinal com alcance superior ao permitido por lei, mesmo sabendo quais seriam as consequências de tal atitude, com isso não pactuamos. E Ainda por cima vêem com desculpas esfarrapadas de que os técnicos se encontram em local incerto.  Como dizia – a humildade é um atributo da condição humana- abaixo da razão, da consciência e da lucidez a natureza não promete humildade para nenhum dos seres irracionais.

Quando o Director da dita emissora vem a terreiro dizer que não fecha, só com a presença da polícia, isto chamasse insubordinação, indisciplina, arrogância. E principalmente quando é directiva de uma organização política que a bem pouco tempo praticava o terror em toda extensão do território nacional, há aí, alguma coisa que não vai bem. Ou querem desafiar o puder publico instituído desde 11 de Novembro de 1975, alias como sempre foi apanágios desta organização politica, ou são conselhos ou orientações mal acatados.

Quando, mesmo não cumprindo com as leis nacionais, o que sempre fizeram durante os anos em que praticavam o terror nas matas, e não só, colocando minas e bombas em aeroportos e noutros locais onde os pacatos Angolanos de bem frequentavam; e ainda,  encontram resguardo da sua insubordinação e arrogância por parte de alguma imprensa nacional mal intencionada e da imprensa das terras dos buxexas, onde a quadrilha de pistoleiros do eixo do mal comandam as operações de flagelo contra o pacato povo de Angola; começamos aqui a vislumbrar que existe algum plano urdido algures para denegrir o poder instituído, para nos colocarem em igualdade de circunstâncias com outros países Africanos; e dai arranjarem artimanha para contestações. Estão enganados aqueles que pensam que os verdadeiros Angolanos estão distraídos, estamos bem vigilantes e não vamos permitir que ninguém seja lá quem for, venha a perturbar o processo que arduamente conquistamos. 

A idéia dos nossos desordeiros é o seguinte: Com o prenúncio da derrota nas urnas estão querendo provocar todo tipo de casos e fatos para descarrilarem mais uma vez o processo eleitoral. Querem dar  a entender ao mundo que o poder estabelecido desde 1975, legalmente, não se conformaria com uma possível derrota nas urnas e faria tudo para obstruir um processo eleitoral justo e transparente de onde a oposição, em cabeçada pela UNITA, supostamente viria a ganhar. Querem provar ao mundo, que o poder atual é mais umas dessas ditaduras africanas viciadas e que não se conformaria com a derrota. Por isso, eles vivem fazendo o que fazem, provocar, não cumprir as leis, inventar situações, chamar a atenção da comunidade internacional, e tudo isso é feito recebendo propinas e promessas daqueles que há bem pouco tempo financiavam os mesmos para fazerem a guerra contra os angolanos. Em particular os Soares.

Que os Angolanos ao exercerem o seu direito de voto que não se enganem votando naqueles que se apossaram no passado das cercanias das vilas da Mavinga, Andulo e Bailundo. Onde as regras eram ditadas  a ferro e  a fogo, porque ali, não existia leis para serem cumpridas, onde as leis eram impostas através do bastão, e do assassinato.

Não quero nem se quer imaginar, como seria um dia, ao sermos governados por elementos desta estripe. Como seria tal governação? Se com uma situação pequeníssima relacionada com uma emissora que até não traz nada de melhor para as populações a não ser insultos e nada mais, não conseguem cumprir com o estipulado na lei, e quando se tratar de grandes assuntos? Vão, sempre, pegar em armas que é seu atributo?  A pergunta é, como podem querer governar o país se nem valores morais têm para  transmitir a esse povo.

Os guerrilheiros do MPLA que 1975 tomaram o poder a força estavam sustentados de uma bagagem moral, de princípios e ideais que ajudaram a conquistar e manter a independência, manter a Unidade Nacional, lutar contra o regime racista do apartheid  e contra todas as traições possíveis e as invasões mercenárias; aqueles saudosos guerrilheiros do MPLA também, muitos deles, vieram das matas, mas ajudaram a construir essa nação, que hoje só a oposição, encabeçada pela UNITA encara com todos os defeitos possíveis. Conseguiram manter-se no poder, reconhecido pelo povo e pela comunidade  internacional. Têm, a pesar dos pesares, conseguido transformar esse país em um país de gente civilizada. Aqueles guerrilheiros na sua missão civilizatória e de educar o povo abriram o país ao mundo, coisa que o colonialismo português não fez em 500 anos, educaram e formaram milhares de jovens, coisa que a oposição não vê; e entre eles existem até os que fazem parte da oposição –é a democracia, tempos novos-; não faltando aqueles que enaltecem atitudes como essas a da rádio Despertar.

E vocês? O que trouxeram das matas? Terror, infâmia, maldade, arrogância, prepotência, ignorância, mentiras e todos os atos que  envergonham a nação que nenhum ser humano suporta. O instinto da guerra prevalece até hoje em vocês: o ódio, a raiva, a cegueira, a inveja, e o pior, a vossa incompetência. Está provado que nada têm a oferecer a esse povo, ao contrário, é dele que muitos de vocês sonham arrancar o que tanto pretendem: vida sossegada com todas as mordomias a troco de nada. Só estão hoje aí, porque alguém de alma ponderada, coração manso e bomzinho sentiu pena de vocês. Porque se tivessemos que seguir as leis, os princípios, as regras, as normas -tudo isso que vocês têm violado- e que fazem muito bem; nenhum de vocês estaria aí engordando e comendo bem às custa desse  povo que vocês tanto maltrataram. Diga-se, as leis e as normas e não  a vingança. Leis, regras e normas é o mínimo que se exige para se viver nesse mundo, nesse país onde pensamos construir uma democracia.

Que os frustrados, os arrependidos, os traidores depois não se queixem. Que aqueles que a partir do Rio de Janeiro, Maputo, Canadá, Estados Unidos, Bruxelas vão emitindo comentários a favor da arrogância, desordem e da desobediência, pensem bem sobre as suas atitudes. Porque o ódio é cego e não nos permite vislumbrar com clareza e desfrutarmos do belo que nos rodeia.

 De que a lei deve ser mantida, também é um ato de beleza que deve  e pode ser arpreciada por todos; se  o ódio não ofuscar tal visão.


* Nelo de Carvalho & Dino Cassulo
Fonte:
www.a-patria.net